Na convenção nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) neste domingo (1º), o presidente Lula aproveitou o palanque ao lado do vice, Geraldo Alckmin, para organizar a casa e mandar três recados de uma só vez.
Os alvos foram claros: a própria base do presidente, o Congresso e o Judiciário.
Recado aos aliados
Lula verbalizou publicamente o que já havíamos antecipado no blog: há uma preocupação real do presidente com o crescimento da extrema-direita no Senado.
A declaração não surpreende quem acompanha os movimentos de Lula nos bastidores — e tampouco quem ouviu, semanas atrás, o nome de Fernando Haddad (PT) ser citado como possível candidato ao Senado por São Paulo.
Recado ao Congresso
Por meio de elogios públicos ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), Lula fez um aceno a Motta, em meio à crise do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
No discurso, o presidente admitiu o erro do governo ao não comunicar previamente o aumento do imposto ao Congresso. Em linhas gerais, Lula tentou estancar a sangria e mostrar que aprendeu com o desgaste recente com o Legislativo.
Recado ao Judiciário
O presidente direcionou o último aceno do discurso ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O presidente saiu em defesa do ministro, que é alvo de ameaças de parlamentares dos EUA ligados à extrema direita e ao bolsonarismo.
Lula afirmou que “a Justiça brasileira não precisa de tutelas externas”. Foi uma resposta com endereço certo.
Daqui para frente
Para aliados, os três recados representam um freio de arrumação. Juntos, mostram um presidente preocupado em conter ruídos — dentro e fora do governo — num momento em que o cenário político começa a ser contaminado pela eleição geral de 2026.
Lula, que até aqui vinha trabalhando essencialmente nos bastidores, mandou um recado claro: falará mais e deixará menos espaço para ruídos.
Lula prega diálogo com o Congresso e elogia Motta em evento do PSB
g1
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