Documentos obtidos pela agência Reuters revelaram o impasse entre os Estados Unidos, a Ucrânia e a Europa sobre o fim da guerra. O conteúdo das negociações foi revelado nesta sexta-feira (25).
Os textos mostram os bastidores das negociações realizadas em Paris, em 17 de abril, e em Londres, no dia 23, enquanto o presidente americano Donald Trump tenta acelerar um acordo para pôr fim ao conflito.
As principais divergências entre os lados envolvem três pontos:
- status dos territórios ocupados;
- garantias de segurança à Ucrânia;
- retirada de sanções contra a Rússia.
O primeiro texto resume a proposta levada pelo enviado de Trump, Steve Witkoff, aos europeus em Paris. Esse documento foi repassado aos ucranianos.
Em seguida, um segundo documento foi produzido após a reunião entre europeus e ucranianos em Londres. Este arquivo foi enviado aos EUA.
Veja a seguir, ponto a ponto, as diferenças entre as propostas.
Território
- Proposta dos EUA: reconhecimento formal da Crimeia como parte da Rússia e o reconhecimento informal do controle russo sobre áreas no sul e leste da Ucrânia ocupadas por Moscou.
- Proposta da Ucrânia e Europa: o texto adia qualquer discussão territorial até a assinatura de um cessar-fogo — e não menciona reconhecimento de controle russo sobre regiões ucranianas.
Garantias de segurança
- Proposta dos EUA: o plano americano sugere que a Ucrânia receba “garantias robustas de segurança” de países europeus e aliados, sem entrar em detalhes. Também diz que Kiev se comprometeria a não ingressar na Otan.
- Proposta da Ucrânia e Europa: não imposição de limites ao tamanho das Forças Armadas ucranianas, além da permissão para que aliados mantenham tropas na Ucrânia. Também propõe garantias de segurança semelhantes ao Artigo 5 da Otan, que prevê defesa mútua entre os membros da aliança.
Sanções
- Proposta dos EUA: O documento americano prevê o fim das sanções contra Moscou impostas desde 2014 como parte do acordo de paz. Também prevê uma compensação financeira, mas não indica a origem do dinheiro.
- Proposta da Ucrânia e Europa: O texto propõe uma retirada gradual das sanções, condicionada ao cumprimento do acordo do paz, e prevê o uso de ativos russos congelados no exterior para indenizar a Ucrânia pelos danos da guerra.
g1, com Reuters
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