Abril 25, 2025

Xi Jinping viaja ao Sudeste Asiático para fazer frente a Trump na região

Em meio à guerra tarifária com os Estados Unidos, o presidente da China, Xi Jinping, começou nesta segunda-feira (14) uma viagem ao Sudeste Asiático para fortalecer relações comerciais e diplomáticas com a região e marcar posição frente aos Estados Unidos.

Mais cedo, Xi disse que o protecionismo "não está levando a lugar nenhum", em referência ao tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump.

"Nenhum vencedor pode emergir desse conflito comercial", afirmou o chefe de Estado, de acordo com a agência de notícias Xinhua. "Uma guerra comercial e uma guerra tarifária não produzem vencedores, e o protecionismo não leva a lugar nenhum".

O Vietnã, onde ele chegou na segunda-feira, é a primeira etapa da visita, que também inclui Malásia e Camboja. O principal objetivo da viagem é compensar o impacto das taxas alfandegárias decretadas pelo presidente americano Donald Trump contra os produtos chineses.

Xi Jinping deve se encontrar com os líderes dos países do Sudeste Asiático, durante uma viagem que "é de grande importância" para a região, de acordo com Pequim.

Sua visita visa mostrar a China como um parceiro confiável e estável, diferentemente dos Estados Unidos.

"Nossos dois países devem proteger firmemente o sistema de comércio multilateral, a estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos globais e um ambiente internacional de abertura e cooperação", escreveu o presidente chinês ao Vietnã em um artigo publicado pelo jornal vietnamita "Nhan Dan", citado pela Xinhua.

As tarifas dos EUA sobre produtos chineses foram fixadas em 145%, excluindo isenções. A medida abalou os mercados globais e levou Pequim a retaliar.

O Sudeste Asiático é fundamental para as exportações chinesas. No ano passado, os países do bloco regional ASEAN foram os maiores destinatários, com um total de US$ 586,5 bilhões em mercadorias, de acordo com dados da alfândega chinesa.

Entre eles, o Vietnã se destaca com US$ 161,9 bilhões em importações chinesas, seguido pela Malásia, com US$ 101,5 bilhões.

O fortalecimento dos laços com seus vizinhos do Sudeste Asiático pode ajudar Pequim a compensar os efeitos da ofensiva comercial dos Estados Unidos, maior importador de produtos chineses em 2024.

Xi Jinping estará no Vietnã até terça-feira. O país do Sudeste Asiático, governado como a China por um partido comunista, há muito tempo adota a “diplomacia de bambu”, que consiste em manter boas relações tanto com o gigante asiático quanto com Washington.

Relações prejudicadas
Pequim e Hanói mantêm relações econômicas estreitas, prejudicadas por disputas territoriais no Mar da China Meridional, no arquipélago de Paracel (também conhecidas como Xisha em chinês).

A China reivindica soberania sobre praticamente todas as ilhas da região, enquanto países costeiros vizinhos como Filipinas, Vietnã, Brunei e Malásia apresentam reivindicações territoriais concorrentes.

Xi Jinping garantiu que Pequim e Hanói são capazes de resolver essas disputas por meio do diálogo.

"Devemos lidar com as disputas adequadamente e salvaguardar a paz e a estabilidade em nossa região", escreveu o líder chinês, segundo a agência Xinhua. "Graças à nossa visão, somos totalmente capazes de resolver adequadamente questões marítimas por meio de consulta e negociação", garantiu.

Depois do Vietnã, Xi Jinping visitará a Malásia de terça a quinta-feira.

O ministro das Comunicações da Malásia, Fahmi Fadzil, disse que a visita do presidente chinês era "parte das iniciativas do governo (...) para melhorar as relações comerciais com vários países, incluindo a China".

Xi Jinping viajará na quinta-feira para o Camboja, parceiro leal da China no Sudeste Asiático.

RFI
Portal Santo André em Foco

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