A Rússia afirmou que não irá aceitar os "ultimatos" que vem recebendo para aceitar um cessar-fogo de 30 dias com a Ucrânia, nesta segunda-feira (12).
Durante sua coletiva de imprensa diária, o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, falou sobre a pressão internacional sobre o país, disse que o Kremlin deseja manter negociações "sérias" que levem à uma paz duradoura, mas não respondeu à proposta do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma reunião com Vladimir Putin.
"A linguagem dos ultimatos é inaceitável para a Rússia, não é apropriada. Não se pode falar assim com a Rússia", afirmou.
No sábado (10), com o fim do cessar-fogo de 3 dias imposto unilateralmente por Putin, Kiev e seus aliados pediram um cessar-fogo "abrangente e incondicional" de 30 dias a partir desta segunda-feira, o que eles consideram uma pré-condição para iniciar negociações de paz diretas.
"Deve haver um cessar-fogo. São necessários dois para desejar a paz e apenas um para desejar a guerra. Estamos vendo que a Rússia claramente quer a guerra", declarou a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, na data.
O presidente russo ignorou o ultimato, propondo negociações "diretas" e "sem condições prévias" entre Moscou e Kiev, a partir desta quinta-feira (15), na Turquia. Zelensky respondeu convidando Vladimir Putin a se encontrar com ele "pessoalmente" em Istambul.
A repórteres, na Casa Branca, nesta segunda, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levantou a possibilidade de participar das negociações caso elas aconteçam.
"Acho que podemos ter um bom resultado na reunião de quinta-feira na Turquia entre Rússia e Ucrânia. Eu estava pensando em voar para lá. Não sei onde estarei na quinta-feira. Tenho tantas reuniões, mas estava pensando em voar para lá. Acho que existe a possibilidade, se eu achar que as coisas podem acontecer", disse ele, que visitará a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Catar.
Horas depois da fala de Trump, Zelensky voltou a falar sobre a proposta de Putin, de negociações na Turquia. Ele contou, na rede social X, que falou com o presidente turco, Recep Erdogan:
"Falei com Erdogan para discutir os principais detalhes da reunião na Turquia, que podem ajudar a pôr fim à guerra. Estamos prontos para conversas diretas com Putin. É crucial que nós, na Europa, continuemos trabalhando juntos para garantir garantias de segurança a longo prazo. Permaneceremos em contato constante com os Estados Unidos".
Segundo o presidente da França, Emmanuel Macron, uma reunião sobre essa proposta de trégua está prevista para a tarde desta segunda entre os líderes ucranianos e europeus.
Ataques continuam
A companhia ferroviária da Ucrânia acusa a Rússia de um ataque com drones que feriu o maquinista de um trem de carga nesta segunda-feira (12), na região de Donestsk.
Segundo a agência de notícias Reuters, forças ucranianas registraram 108 drones lançados pela Rússia durante a madrugada.
“As propostas de trégua estão sendo ignoradas, os ataques hostis à infraestrutura ferroviária... continuam”, disse a Ukrzaliznytsia (Ferrovias Ucranianas) em uma postagem no aplicativo de mensagens Telegram.
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia já se estende há mais de 3 anos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou mensagens na rede Truth Social em que pressionou Zelensky a aceitar o diálogo oferecido por Putin mesmo sem cessar-fogo.
"Putin não quer um acordo de cessar-fogo, quer se encontrar na quinta-feira, na Turquia, para negociar um possível fim ao BANHO DE SANGUE. A Ucrânia deve concordar com isso IMEDIATAMENTE. Estou começando a duvidar que a Ucrânia fará um acordo com Putin. FAÇAM A REUNIÃO, AGORA", escreveu Trump.
g1
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