O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, propôs nesta quarta-feira (28) uma reunião trilateral com seus homólogos dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, para acabar com a guerra.
Em declaração à imprensa, o ucraniano pressionou o presidente russo, que se negou a encontrar com ele no início do mês, quando delegações dos dois países se sentaram para negociar pela primeira vez em três anos.
"Se Putin não se sente confortável com uma reunião bilateral, ou se todos preferem uma reunião trilateral, não me incomoda. Estou preparado para qualquer formato", declarou Zelensky à imprensa nesta terça-feira (27).
Horas depois, a Rússia descartou a proposta. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, voltou a declarar que um encontro deste tipo só irá ocorrer como resultado de "acordos concretos" entre Rússia e Ucrânia.
Segundo ele, a Rússia irá propor à Ucrânia uma nova rodada de negociações no dia 2 de junho, em Istambul.
"O lado russo, conforme acordado, desenvolveu prontamente um memorando relevante, que define nossa posição sobre todos os aspectos da superação confiável das causas raiz da crise", disse.
Nesta quarta-feira (28), o ucraniano está em Berlim, onde se encontrou com o novo chefe de Governo da Alemanha, Friedrich Merz, e anunciou uma parceria para a construção de mísseis de longo alcance.
O chanceler alemão é um grande apoiador de Kiev e estimulou o gasto em Defesa do país para criar "o Exército convencional mais forte" da Europa, o que o chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov, classificou como planos "muito preocupantes".
A Ucrânia lançou quase 300 drones contra a Rússia durante a noite desta terça, segundo o Ministério da Defesa de Moscou, que informou que suas forças interceptaram os aparelhos.
Trump frustrado com as negociações
O presidente americano, Donald Trump, que vem tentando liderar as negociações para acabar com a guerra desde que assumiu seu mandato, vem expressando sua frustração com Putin e Zelensky por ainda não terem alcançado um acordo para um cessar-fogo.
Durante a campanha eleitoral, o magnata republicano prometeu acabar com o conflito em 24 horas, mas os bombardeios ainda não cessaram.
Ao falar com a imprensa nesta terça, o presidente ucraniano também disse que esperava "sanções dos Estados Unidos", em particular contra "o setor energético e o sistema bancário" russo, em resposta à recusa de Moscou em aceitar uma trégua.
"Trump confirmou que, se a Rússia não parar, sanções serão impostas. Conversamos com ele sobre dois aspectos principais: a energia e o sistema bancário. Os Estados Unidos poderão impor sanções aos dois setores? Eu gostaria muito", declarou Zelensky.
No fim de semana, Trump escreveu em sua plataforma Truth Social que sempre teve boas relações com Putin, "mas algo aconteceu com ele. Ele ficou completamente louco".
Desde que o conflito começou, em fevereiro de 2022, dezenas de milhares de pessoas morreram, muitas zonas do leste e do sul da Ucrânia foram destruídas e o Exército de Moscou controla atualmente quase 20% do território ucraniano, incluindo a península da Crimeia, que a Rússia anexou em 2014.
O Kremlin mencionou na semana passada um "memorando" no qual apresentaria as condições de Moscou para um acordo de paz duradouro, mas Kiev ainda não o recebeu, segundo Zelensky.
"Vamos ler as propostas e certamente responderemos quando as recebermos", disse.
A diplomacia russa anunciou que transmitiria o documento a Kiev após a conclusão da grande troca de prisioneiros do fim de semana.
France Presse
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