O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, cumpre agenda nesta semana na Rússia com a expectativa de assinar acordos voltados para a ciência e tecnologia, além de discutir o comércio entre os países.
Lula embarcou na noite de terça-feira (6), às 22h, conforme agenda oficial.
A expectativa é de que Lula tenha uma reunião bilateral com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com a possibilidade de assinatura de diversos acordos, incluindo atos envolvendo ministérios como o de Minas e Energia e de Ciência e Tecnologia.
Lula viaja ao país convidado por Putin para participar das celebrações dos 80 anos da Vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista, em Moscou. Esse é o feriado mais importante da Rússia, em 9 de maio, com um desfile cívico-militar.
O presidente da República esteve na Rússia em 2005, 2009 e 2010. Lula também recebeu a visita de Putin em 2014 e 2019.
Na Rússia, Lula também deve conversar com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.
O primeiro-ministro tinha um encontro marcado com o chefe do Palácio do Planalto em dezembro do ano passado, mas a agenda precisou ser cancelada por conta da internação do presidente. À época, ele sofreu uma queda e precisou passar por cirurgia.
Viagem para a China
Na sequência, Lula segue para a China, onde cumprirá agendas nos dias 12 e 13 de maio. A visita de Lula ao país asiático ocorre no contexto da Cúpula entre China e países da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
Será a segunda visita oficial de Lula à China neste terceiro mandato. A visita anterior ocorreu em abril de 2023, retribuída por Xi Jinping em novembro do ano passado, após a Cúpula do G20, sediada pelo Brasil.
Além disso, eles haviam se encontrado em 2023 na Cúpula dos Brics, na África do Sul.
R7
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta terça-feira (6) pela primeira vez com os novos nomes que comandam o Ministério da Previdência Social e o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Wolney Queiroz e Gilberto Waller Júnior, respectivamente. A reunião ocorreu antes de o petista embarcar para Rússia e China — a previsão de partida é às 22h desta terça.
A ausência de Lula do país nos próximos dias não impede o governo federal de apresentar o plano para ressarcimento das vítimas da fraude do INSS (leia mais abaixo). Lula deve retornar ao Brasil na quarta-feira (14) da semana que vem.
Conforme integrantes do encontro informaram ao R7, a reunião de trabalho desta terça, que durou cerca de três horas, foi de alinhamento entre os órgãos do governo federal.
Também participaram os ministros Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Vinicius de Carvalho (Controladoria-Geral da União). O substituto do advogado-geral da União, Junior Divino Fideles, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, também estiveram presentes no encontro, no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência.
O governo discute internamente medidas para aperfeiçoar o sistema do INSS. A expectativa é que outras reuniões de trabalho ocorram ao longo dos próximos dias, para entender o tamanho dos recursos desviados e identificar os beneficiários lesados.
Nessa segunda (5), o presidente do INSS afirmou que o plano para o ressarcimento de aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos deve ser apresentado até a próxima semana. Segundo Waller Júnior, Lula pediu agilidade e que tudo fosse feito “o mais rápido possível”.
O presidente do instituto também confirmou que o projeto está na fase interna na Casa Civil e que ainda deve passar por outros órgãos, como o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e o Ministério Público Federal.
Entenda
Segundo a Polícia Federal, entidades envolvidas no esquema cadastravam pessoas sem autorização e realizavam descontos diretos na folha de pagamento. Os investigadores estimam que cerca de 4,1 milhões de beneficiários foram vítimas da suposta fraude, que pode ter gerado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A operação da PF e da CGU foi deflagrada em 23 de abril e cumpriu 211 mandados judiciais, incluindo ordens de busca e apreensão, sequestro de bens, avaliados em mais de R$ 1 bilhão, e seis mandados de prisão temporária.
As investigações apuram um esquema nacional de cobranças indevidas em benefícios do INSS. De acordo com as apurações, aposentados e pensionistas foram alvo de descontos não autorizados de mensalidades associativas, aplicados diretamente sobre os valores de aposentadorias e pensões.
O prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões, acumulados entre os anos de 2019 e 2024. Ao menos 11 entidades são suspeitas.
Os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documentos, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A apuração das autoridades levou à demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e ao afastamento de servidores.
R7
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou nesta terça-feira (6) para tornar réus outros sete denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República), como integrantes do chamado “núcleo 4″ na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O julgamento ocorre na Primeira Turma.
O colegiado examina se a denúncia atende aos requisitos legais e avaliará se a acusação apresenta elementos suficientes para a abertura de uma ação penal contra os acusados. Se a denúncia for aceita, os denunciados viram réus.
Segundo o ministro, houve a montagem do chamado gabinete do ódio; núcleo de notícias fraudulentas; núcleo de financiamento de notícias fraudulentas, núcleo de produção, político e de difusão de notícias fraudulentas.
“Fizeram parte de uma estrutura que incentivava parcela da população contra a Justiça Eleitoral, contra o STF. É esse o contexto. Não se trata aqui de ‘uma pessoa repassou uma notícia para a outra’. Pode participar da desinformação, que não foi irrelevante porque, parte dela, serviu para tentar incitar a população contra as urnas eletrônicas”, disse.
Para Moraes, a “PGR descreveu satisfatoriamente todas as circunstâncias, provas presentes com extrema competência, possibilitando as defesas que tenham total condição de defender seus constituintes das acusações”.
Mais cedo, a subprocuradora-Geral da República, Cláudia Sampaio Marques, que representou o procurador-geral Paulo Gonet, reforçou o pedido para que todos os denunciados se tornem réus.
“O insucesso do golpe se deu a não adesão das Forças Armadas. Ações estratégicas de notícias falsas, lives. Todos tinham consciência e agiam para impedir que o governo eleito tomasse posse”, acusou o MP.
Segundo a PGR, é nítido que há uma organização criminosa. “Organização estruturada com todos os elementos, uma estrutura de poder com hierarquia, comando, divisão de tarefas e atividades desmembradas. São elementos e uma organização criminosa. Todos agiram para haver um golpe de estado”, disse a sub-procuradora.
No Núcleo 4, os envolvidos são acusados de organizar ações de desinformação para propagar notícias falsas sobre o processo eleitoral e ataques virtuais a instituições e autoridades. Estão no grupo:
Ação penal
Se as denúncias forem recebidas, serão abertas ações penais. Com isso, os réus serão informados para apresentarem defesa prévia no prazo de cinco dias.
Então, começa a fase de instrução criminal, quando serão ouvidas as testemunhas de acusação e da defesa, produzidas provas periciais e eventuais diligências complementares para esclarecer algum fato.
A partir daí, o relator marca a data para o interrogatório dos réus. Se algum acusado tiver firmado acordo de colaboração premiada, o prazo para os demais réus começa a contar após a defesa do colaborador.
Finalizada essa fase processual, o relator da ação penal preparará o relatório (resumo do caso) e o voto. Não há prazo para o ministro concluir sua análise. Quando a ação penal estiver pronta para julgamento, o relator liberará o processo para inclusão na pauta do colegiado.
R7
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca na noite desta terça-feira (6) para dois destinos internacionais — Rússia e China. A convite do petista, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), vai participar da comitiva. Também vão acompanhar Lula na visita à Rússia os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Mauro Vieira (Relações Exteriores), o assessor da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, o embaixador do Brasil na Rússia, Rodrigo de Lima Baena Soares, e o vice-presidente da Câmara, deputado Elmar Nascimento (União-BA). A comitiva da China ainda não está definida.
A visita ao país europeu, a convite do presidente russo, Vladimir Putin, ocorre entre quinta (8) e sábado (10). A ida à nação asiática, prevista para segunda (12) e terça (13) da semana que vem, marca a participação do petista na 4ª reunião ministerial do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
Em Moscou, capital da Rússia, Lula vai ao 80º aniversário do Dia da Vitória, celebrado em 9 de maio. A data marca o triunfo sobre a Alemanha nazista, na Segunda Guerra Mundial. Ainda no país, o brasileiro deve ter reuniões reservadas com Putin e discutir soluções para a guerra na Ucrânia. O conflito no Leste Europeu dura mais de três anos.
Lula e Putin também devem conversar sobre temas bilaterais e questões relacionadas ao Brics — que reúne, além de Brasil e Rússia, Índia, China e África do Sul. O grupo é presidido pelo Brasil neste ano, e a cúpula de líderes será no Rio de Janeiro (RJ), no início de julho.
O NDB (Novo Banco de Desenvolvimento, na sigla em inglês), conhecido como o Banco do Brics, também deve ser foco das discussões. Atualmente, a instituição é liderada pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Lula iria à Rússia em outubro do ano passado, para a cúpula do Brics. O petista, no entanto, cancelou a viagem e participou do evento por videoconferência após sofrer uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência.
Guerra no Leste Europeu
Lula confirmou, no fim do mês passado, a intenção de debater com Putin a situação na Ucrânia, durante giro pela Ásia. “Eu já tive a oportunidade de ligar para o Putin, dizer a ele que era importante voltar à política e encontrar um caminho para a solução. Eu pretendo ir à Rússia para a comemoração dos 80 anos da vitória da Segunda Guerra Mundial. Depois vou à China. E em todos esses fóruns vou tentar discutir a questão da paz”, declarou a jornalistas, no Vietnã.
À época, o petista aproveitou para elogiar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelas iniciativas em torno da paz no Leste Europeu, ao destacar que é importante conversar com os “dois lados” em um conflito. A fala faz referência à atitude da Europa, que, no início da guerra, era favorável a dialogar apenas com a Ucrânia.
“Eu poderia ser radical contra o Trump. Mas na medida que ele toma decisão de discutir a paz na Ucrânia, que o [ex-presidente Joe] Biden [com quem Lula mantém afinidade ideológica] deveria ter tomado, sou obrigado a dizer que, nesse aspecto, o Trump está no caminho certo. Agora, a Europa não quer ficar de fora e quer que o Zelensky entre também. E eu acho que tem que entrar. Devemos colocá-los à mesa, com quem eles convidarem para participar. Parar de atirar, começar a plantar comida e discutir paz”, completou Lula.
China
Lula vai ao país asiático em meio à guerra tarifária com os Estados Unidos, desencadeada por medidas protecionistas de Trump.
O brasileiro deve se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, e discutir as ações de Trump. Lula recebeu Jinping em Brasília (DF) em novembro do ano passado. Será a segunda visita oficial de Estado do petista à China neste mandato. A primeira ocorreu em abril de 2023.
R7
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O Canadá "não está à venda, nunca estará", disse o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, em um encontro com Donald Trump nesta terça-feira (6), na Casa Branca. "Nunca diga nunca", rebateu o presidente dos EUA, durante a conversa no Salão Oval.
Esta é a primeira visita de Carney a Washington na condição de primeiro-ministro. Ele venceu a eleição de 28 de abril com a promessa de enfrentar Trump, que impôs tarifas sobre alguns produtos canadenses e frequentemente fala em anexar o país.
Carney, do Partido Liberal, o mesmo de Justin Trudeau, não teve o apoio de Trump nas eleições.
Apesar disso, os dois líderes demonstraram pouca animosidade durante a sessão de abertura no Salão Oval, onde ambos se elogiaram mutuamente.
Trump disse que os dois lados não discutiriam a integração do Canadá aos Estados Unidos, mas afirmou que seria "um casamento maravilhoso".
Carney rejeitou a ideia com firmeza.
"Não está à venda, não estará à venda — nunca", disse ele.
"Nunca diga nunca, nunca diga nunca", disse Trump.
Tarifaço
Trump, cuja política tarifária abalou os mercados mundiais, disse que ele e Carney discutiriam "pontos difíceis", uma alusão à crença do presidente de que os Estados Unidos podem prescindir dos produtos canadenses, um ponto que ele abordou longamente durante a conversa no Salão Oval.
"Independentemente de qualquer coisa, seremos amigos do Canadá. O Canadá é um lugar muito especial para mim", disse ele, acrescentando que os Estados Unidos sempre protegerão o Canadá.
O Partido Liberal de Carney prometeu aos eleitores que criaria uma nova relação econômica e de segurança bilateral com Washington e diversificaria uma economia fortemente dependente de exportações para os EUA.
Antes da visita, Carney minimizou as expectativas de um avanço nas negociações. De fato, quando Trump foi questionado se Carney poderia dizer algo para convencê-lo a suspender as tarifas, ele respondeu: "Não".
g1
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (6) que vai parar de bombardear os Houthis após o grupo rebelde iemenita ter "se rendido". Segundo o republicano, o grupo interromperá ataques contra navios americanos no Mar Vermelho.
Trump afirmou que seu governo e os Houthis fizeram um acordo para acabar bombardeios contra embarcações dos EUA, mas não deu mais detalhes. O anúncio do republicano foi feito durante encontro com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, na Casa Branca.
"Os Houthis anunciaram que não querem mais lutar e não querem mais ser bombardeados. E vamos honrar isso. Vamos parar os bombardeios, e eles se renderam. (...) Os Houthis disseram 'por favor não nos bombardeie e não atacaremos seus navios'. Achei que isso [acordo] aconteceria", afirmou Trump.
No entanto, um oficial do comando o grupo rebelde afirmou que o grupo vai continuar os ataques, de acordo com a rede de TV Al Masirah, afiliada aos Houthis.
Aliados do Irã, os Houthis são um grupo rebelde do Iêmen que ataca navios comerciais no Mar Vermelho em solidariedade ao grupo terrorista palestino Hamas, que trava guerra contra Israel na Faixa de Gaza desde outubro de 2023.
O último comunicado do grupo, publicado pouco antes das 12h no horário de Brasília desta terça, repudiou os ataques israelenses dos dois últimos dias contra um porto no Iêmen e o principal aeroporto do país, na capital Sanaã. O grupo havia afirmado que seguiria com suas "ações de pressão" sobre Israel até que um cessar-fogo permanente na guerra em Gaza.
O anúncio de Trump ocorre semanas após ele ter ordenado bombardeios em grande escala contra os Houthis, em março. Desde então, diversos ataques aéreos foram feitos, e cada um deles deixou dezenas de mortos e de feridos. O Exército dos EUA afirma que ataca alvos militares do grupo para impedir que o grupo continue os bombardeios no Mar Vermelho.
g1
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O presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, conversaram pela primeira desde o início do conflito em Gaza, informou o Kremlin através da sua conta oficial no Telegram.
Segundo o comunicado russo, os líderes abordaram aspectos da situação no Oriente Médio e questões que permeiam as relações bilaterais comerciais e militares entre os dois países.
O foco da conversa, porém, foi a preservação da memória da derrota da Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial:
“Os dois países reafirmaram sua determinação em defender a verdade sobre os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial e em se opor a tentativas de revisar seus desfechos ou falsificar a história”, diz o comunicado russo.
Netanyahu enfatizou a colaboração decisiva do Exército Vermelho para a vitória dos aliados, e a importância de diversos comandantes e soldados judeus durante a guerra. Na Rússia, o dia 9 de maio é um feriado nacional no qual se comemora o Dia da Vitória.
Foi a primeira vez que os dois líderes conversaram desde o início do conflito na Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023.
g1
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Na última reunião antes do início do conclave que elegerá o novo papa, os 252 cardeais da Igreja Católica defenderam nesta terça-feira (6) dar continuidade a "muitas das reformas" iniciadas pelo papa Francisco, segundo o Vaticano.
"Entre os principais temas que emergiram, esteve a reafirmação de que muitas das reformas promovidas pelo Papa Francisco precisam ser continuadas: o combate aos abusos, a transparência econômica, a reorganização da Cúria, a sinodalidade, o compromisso com a paz e o cuidado da criação. A responsabilidade da Igreja nessas áreas é profundamente sentida e compartilhada", disse o Vaticano, em comunicado nesta manhã.
Também nesta manhã, os cardeais, que atravessam ruas de Roma em direção ao Vaticano, cercado de jornalistas, fiéis e turistas, mostraram-se mais fechados que nos dias anteriores.
"Rezem por nós, isso é tudo o que precisamos", disse o cardeal nigeriano Peter Ebere Okpaleke.
Na reunião desta terça, os cardeais passarão o dia a portas fechadas, e, no fim do dia, o Vaticano deve dar pistas do que foi discutido no encontro. Na segunda-feira (5), os clérigos debateram o perfil de como acreditam que deve ser o perfil do novo líder da Igreja Católica: próximo, presente, um "guia" para fiéis e que dê continuidade à agenda de reformas de Francisco.
Também nesta terça, os 133 cardeais votantes começarão a se instalar na residência de Santa Marta, no Vaticano, para o início do conclave.
Novos cardeais podem alargar votação
Novos podem atrasar
Se os cardeais da Igreja Católica não tiverem escolhido um novo papa até o terceiro dia do conclave, que começa na quarta (7), então as coisas não estarão saindo como planejado.
Conclaves curtos, encerrados em poucos dias, projetam uma imagem de unidade, e a última coisa que os cardeais de vestes vermelhas querem é dar a impressão de que estão divididos e que a Igreja está à deriva após a morte do Papa Francisco, no mês passado.
“No máximo três dias”, previu com confiança nesta semana o cardeal salvadorenho Gregorio Rosa Chavez, antes da votação secreta que ocorrerá na Capela Sistina.
A duração média dos últimos 10 conclaves foi de 3,2 dias, e nenhum durou mais de cinco. As duas últimas eleições — em 2005, quando o Papa Bento XVI foi escolhido, e em 2013, quando Francisco emergiu vencedor — foram concluídas em apenas dois dias.
O conclave ocorre ao longo de quantas rodadas de votação forem necessárias até que um candidato obtenha uma maioria de dois terços, o que desencadeia a fumaça branca que anuncia ao mundo que um novo papado começou.
“Claramente, quanto mais votações há, mais difícil a situação se tornou. Mas os sinais indicam que eles querem avançar rapidamente”, disse Giovanni Vian, professor de história do cristianismo na Universidade Ca’ Foscari de Veneza.
Alguns dos 133 cardeais esperados na Capela Sistina na quarta-feira são considerados “papáveis” — possíveis papas — há anos. Outros só ganharão destaque durante as atuais reuniões diárias, conhecidas como congregações gerais, nas quais os cardeais discutem o futuro da Igreja.
Quando Francisco morreu, a maioria dos observadores do Vaticano via o cardeal italiano Pietro Parolin e o prelado filipino Luis Antonio Tagle como os principais favoritos, com uma série de outros possíveis candidatos logo atrás.
Escolhas sérias
A votação inicial, na tarde do início do conclave, frequentemente serve como uma espécie de teste informal, em que diversos nomes são amplamente mencionados.
Alguns desses votos são simbólicos, oferecidos como gestos de respeito ou amizade antes que a votação mais séria comece no dia seguinte, quando a força dos favoritos pode ser avaliada.
A partir do segundo dia, são realizadas duas votações pela manhã e duas à tarde. De acordo com as regras do conclave, se ninguém for escolhido após os três primeiros dias, os cardeais devem fazer uma “pausa de oração” de um dia antes de continuar.
Logo ficará claro se há um candidato viável à frente ou se será necessário recorrer a um nome de consenso.
"Se não tivermos um novo papa rapidamente, isso mostrará que o impulso pelos favoritos se esgotou muito rapidamente", disse o padre jesuíta e comentarista do Vaticano, Thomas Reese.
"Também reforçará o fato de que há muitos cardeais ali dentro e que eles simplesmente não se conhecem muito bem", acrescentou.
O Papa Francisco nomeou cerca de 80% dos cardeais eleitores, muitos deles em dioceses distantes, numa tentativa de fortalecer a Igreja em áreas onde antes tinha pouca presença.
Isso significa que será o primeiro conclave para a grande maioria dos participantes e que muitos dos que estarão sentados sob os famosos afrescos de Michelangelo terão tido pouca oportunidade de se conhecer previamente.
Isso pode abrir espaço para os chamados “grandes eleitores”, que surgiram discretamente em anos anteriores para promover candidatos nas reuniões pré-conclave e depois influenciar opiniões à medida que o contorno da votação se define.
Juramento de sigilo
Todos os cardeais negariam fazer campanha para uma eleição que acreditam ser guiada pelo Espírito Santo. Mas, embora nenhuma discussão seja permitida durante as sessões de votação, os cardeais são livres para trocar ideias durante as refeições em Santa Marta, a residência do Vaticano onde a maioria estará hospedada.
Eleitores habilidosos podem identificar um candidato de consenso capaz de atrair votos de todos os lados, disse o historiador Vian.
Quando os cardeais se reuniram para seu segundo conclave de 1978, após a morte repentina do Papa João Paulo I, Franz Koenig, de Viena, mobilizou os cardeais de língua alemã, e John Krol, polonês-americano, os prelados dos EUA, para apoiar o pouco conhecido polonês Karol Wojtyla, que se tornou o Papa João Paulo II em três dias.
Com o foco aparentemente nas disputas doutrinárias antes do conclave, o alemão Gerhard Mueller tem dado entrevistas diárias a jornais mobilizando os tradicionalistas, enquanto diversas vozes, incluindo o canadense Michael Czerny, têm defendido a visão moderada de Francisco.
Os cardeais juram sigilo sobre o andamento das votações, mas relatos detalhados frequentemente surgem depois.
Em seu livro de 2019, "A Eleição do Papa Francisco", Gerard O'Connell relata como Jorge Mario Bergoglio, cardeal argentino que não era considerado papável, chamou atenção graças a um discurso poderoso dirigido aos seus pares antes do conclave de 2013.
O'Connell afirmou que 23 cardeais receberam ao menos um voto na primeira votação, com Bergoglio ficando em segundo lugar. Ele assumiu a liderança na segunda votação e se distanciou ainda mais na terceira, para desgosto dos apoiadores do favorito italiano, Angelo Scola.
Numa aparente tentativa de atrapalhar Bergoglio, espalhou-se um boato na hora do almoço do segundo dia de que ele só tinha um pulmão e talvez não estivesse fisicamente apto para liderar a Igreja. Ele deixou claro que apenas uma pequena parte de um pulmão havia sido removida e, na quinta votação naquela mesma tarde, ele foi eleito papa.
Em 2005, o cardeal Joseph Ratzinger era o favorito ao entrar na Capela Sistina e liderou desde a primeira votação. Venceu com folga na quarta rodada, tornando-se Bento XVI.
Mesmo que seja impossível prever como será desta vez, os cardeais esperam por um resultado igualmente tranquilo.
“Não entraria em pânico se não tivermos um papa até o final do segundo dia, mas se ainda não houver fumaça branca ao final do terceiro dia, aí começamos a ficar preocupados”, disse Reese.
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A produção de café no Brasil deverá crescer 2,7% na safra 2025, na comparação com o volume registrado no ano anterior. Com isso, a expectativa é de uma colheita de 55,7 milhões de sacas.
Caso as previsões sejam confirmadas, será “o maior já registrado para um ano de baixa bienalidade, superando em 1,1% a colheita registrada em 2023”, conforme o 2º Levantamento da Safra de Café 2025, divulgado nesta terça-feira (6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em termos de área total destinada a esta produção, o aumento estimado é 0,8%, chegando a 2,25 milhões de hectares.
“A área em produção deve registrar uma queda de 1,4%, estimada em 1,86 milhão de hectares, enquanto a área em formação tende a apresentar um incremento de 12,3%, movimento esperado para anos de bienalidade negativa”, informou a Conab.
De acordo com a companhia, o resultado estimado na safra total se deve, principalmente, à recuperação de 28,3% nas produtividades médias das lavouras do café conilon, também conhecido como robusta.
A expectativa para esta espécie é de um total de 18,7 milhões de sacas, o que representa recorde da série histórica da Conab.
“Este resultado se deve, sobretudo, à regularidade climática durante as fases mais críticas das lavouras, que beneficiaram floradas positivas, e a boa quantidade de frutos por rosetas”, destacou a companhia.
Já a expectativa de produção para o café arábica, espécie mais afetada pela bienalidade, é redução de 6,6% na colheita, com previsão de uma safra em torno de 37 milhões de sacas.
“Em Minas Gerais, estado com maior área destinada para a produção de arábica, é esperada uma colheita de 25,65 milhões de sacas”, informa o levantamento ao lembrar que, entre abril e setembro do ano passado, houve um longo período seco, o que causou instabilidade nas lavouras.
Agência Brasil
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O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (Pnud ou UNDP, na sigla em inglês) divulgou, nesta terça-feira (6), a edição deste ano do relatório de Desenvolvimento Humano. O documento atualiza o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 193 países, com base em informações de 2023, sobre indicadores de expectativa de vida, escolaridade e Produto Interno Bruto (PIB) per capita - por indivíduo.
O Brasil aparece na 84ª colocação com um IDH de 0,786 (em uma escala de 0,000 a 1,000), um índice considerado de desenvolvimento alto. Em relação a 2022, o IDH do país cresceu 0,77% porque o índice era de 0,780 (ajustado este ano).
Em 2022, o Brasil estava na 89ª posição, o que significa que o país subiu cinco colocações. No IDH de 2022 ajustado este ano, no entanto, o país estava na 86ª posição e, portanto, subiu duas colocações no ranking (ultrapassando a Moldávia e empatando com Palau).
O relatório também mostra a evolução do país nos períodos de 2010 a 2023 (um aumento médio anual de 0,38%) e de 1990 a 2023 (um crescimento médio de 0,62%).
Segundo o Pnud, os países são divididos em quatro grupos, de acordo com o IDH. Aqueles com pontuação a partir de 0,800 são considerados de alto desenvolvimento humano. Setenta e 74 países estão nessa situação. O Chile é o país na melhor posição entre as nações da América Latina e Caribe (45ª posição, com 0,878 ponto).
Outros nove latino-americanos e caribenhos estão neste grupo (Argentina, Uruguai, Antígua e Barbuda; São Cristóvão e Névis; Panamá; Costa Rica; Bahamas; Barbados; e Trinidad e Tobago). Na média, o IDH da região subiu 0,778 em 2022 para 0,783 em 2023 (alta de 0,64%).
Pontuação
Além do Brasil, outros 49 países são considerados de desenvolvimento alto (com pontuação de 0,700 a 0,799). As nações de desenvolvimento médio (de 0,550 a 0,699) somam 43, enquanto aqueles com desenvolvimento baixo (abaixo de 0,550) são 26.
A Islândia ultrapassou a Suíça e a Noruega e agora é o país com maior IDH do mundo (0,972). As seis primeiras colocações, aliás, são de países europeus (Dinamarca, Alemanha e Suécia, além dos três mencionados).
Já o Sudão do Sul, nação mais jovem do mundo, criada em 2011, tem o pior indicador (0,388). As nove últimas posições são ocupadas por países africanos. O Iêmen, palco de uma guerra civil que dura anos no Oriente Médio, tem o décimo menor IDH.
O IDH médio mundial chegou a 0,756 em 2023, um aumento de 0,53% em relação ao ano passado (0,752). Segundo o coordenador do relatório, Pedro Conceição, esse é o maior patamar de desenvolvimento humano desde o início do levantamento.
“Mas há dois aspectos preocupantes nessa conquista. Primeiro é o fato de que estamos progredindo de forma mais lenta. Na verdade, é o progresso mais lento na história, se não considerarmos o período de declínio do IDH [devido à pandemia de covid-19]. Se continuássemos a ter o progresso que tínhamos antes de 2020, estaríamos vivendo em um índice de desenvolvimento muito alto em 2030. Mas a tendência agora é que [o progresso] achatou um pouco e esta marca de viver num Índice de Desenvolvimento Humano muito elevado foi adiada por décadas”, disse Pedro Conceição.
Para ele, o segundo aspecto é que países com IDH baixo estão ficando para trás. “[Isso aconteceu] pelo quarto ano consecutivo. E isso representa uma ruptura com uma tendência que já vinha ocorrendo há décadas, na qual víamos uma convergência no Índice de Desenvolvimento Humano entre os países”.
De acordo com a pesquisa, a média dos países de IDH muito alto é de 0,914 ponto, enquanto aqueles com IDH baixo têm uma média de 0,515.
Outros dados
O relatório da ONU também apresenta um ajuste do IDH levando em consideração o aspecto da desigualdade social. Nesse caso, o IDH do Brasil é ajustado para 0,594, o que faz com o país fique apenas na 105ª posição global e caindo para categoria de IDH médio. No caso da primeira colocada, Islândia, por exemplo, o IDH tem pouco ajuste, ficando em 0,923. O IDH mundial ajustado fica em 0,590.
No caso da comparação entre gêneros, o IDH das mulheres (0,785) é um pouco melhor do que o dos homens (0,783) no país. As mulheres brasileiras têm indicadores melhores de expectativa de vida e de escolaridade, mas perdem no PIB per capita.
Já em relação ao IDH ajustado pela pegada de carbono de cada país, o Brasil apresenta IDH de 0,702, mas se posiciona melhor no ranking mundial, na 77ª posição.
Inteligência artificial
O tema deste ano do relatório é a inteligência artificial. O administrador do Pnud, Achim Steiner, afirmou que é importante não ser governado por uma tecnologia, mas sim usá-la para o progresso do desenvolvimento humano.
“Nossa capacidade de explorar no sentido positivo essa nova fronteira, mas também de nos proteger, exige, por definição, cooperação internacional, inclusive por parte de países mais ricos, ajudando os países mais pobres a, antes de tudo, se tornarem parte dessa economia de desenvolvimento emergente do futuro”, explicou Steiner.
Para ele, é importante garantir que a Inteligência Artificial “seja realmente algo que nos dará, como seres humanos, a oportunidade de aumentar nossa engenhosidade, nossa diversidade, nossa imaginação, nosso empreendedorismo e, acima de tudo, uma confiança de que, no século XXI, podemos nos desenvolver e prosperar juntos, ao mesmo tempo em que enfrentamos os riscos para o nosso futuro juntos” finalizou.
Agência Brasil
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