O Senado dos Estados Unidos deve votar ainda nesta quarta-feira (30) uma resolução para bloquear uma série de tarifas do presidente norte-americano, Donald Trump, em meio às sinalizações de uma economia mais fraca no país.
Nesta quarta-feira, o Departamento do Comércio dos EUA indicou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu 0,3% no primeiro trimestre deste ano, abaixo da estimativa dos analistas, de alta de 0,3%. O resultado também marca a primeira contração da atividade norte-americana em três anos.
A medida foi apresentada pelo senador democrata Ron Wyden como uma resolução privilegiada, que requer uma votação da câmara liderada pelos republicanos.
Se aprovado, o projeto encerraria a emergência nacional declarada por Trump e que foi usada como base para a aplicação das tarifas globais de 10% sobre parceiros comerciais dos EUA e das tarifas recíprocas mais altas sobre 57 parceiros comerciais, incluindo a União Europeia.
Há algumas semanas, quatro senadores republicanos se juntaram aos democratas para aprovar um projeto de lei semelhante, com o intuito de acabar com as novas tarifas sobre o Canadá. Nesse caso, a expectativa é que ao menos dois republicanos apoiem a resolução.
O coautor da resolução é o senador republicano Rand Paul, do Kentucky, um crítico ferrenho da política tarifária de Trump. A senadora Susan Collins também afirmou que pretende apoiar a medida.
"Não é perfeito. Acho que é muito amplo. Mas envia a mensagem que eu quero passar: que realmente precisamos ser muito mais discriminatórios na imposição dessas tarifas e não tratar aliados como o Canadá da mesma forma que tratamos adversários como a China", disse Collins, do Maine, a repórteres.
Wyden disse que muitos republicanos podem não apoiar sua medida por medo de serem atacados por Trump.
"Eles podem ficar do lado de seus eleitores que sentem que essas tarifas os estão atingindo como um martelo. Ou podem dizer: 'Bem, Donald Trump pode ser cruel comigo, então não vou votar a favor'", disse o democrata do Oregon.
Na véspera, o Departamento do Comércio dos EUA já havia divulgado um documento que mostrava que o déficit comercial do país atingiu um recorde em março, refletindo o forte aumento de importações, enquanto empresas tentavam estocar produtos para evitar os custos mais altos com as tarifas.
O relatório econômico, que forneceu a primeira evidência tangível dos efeitos econômicos das tarifas de Trump, ocorreu após semanas de turbulência nos mercados de valores mobiliários dos EUA e no dólar, geradas por temores de aumento de preços e relações comerciais interrompidas com grandes parceiros, incluindo Canadá e México.
Reuters
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