O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta terça-feira (3), que vai destinar R$ 825,7 milhões ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os recursos visam o projeto FortFisc – Fortalecimento da Fiscalização Ambiental para o Controle do Desmatamento Ilegal na Amazônia.
O anúncio ocorreu no Palácio do Planalto, com a presença da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.
A iniciativa se alinha a diretrizes do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), da Estratégia Nacional para REDD+ (ENREDD+) e da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC).
Com prazo de 60 meses para execução, o FortFisc promete ampliar a presença do Estado na Amazônia Legal e modernizar a resposta ao desmatamento. O projeto investirá na compra de helicópteros de grande porte com proteção balística, drones de alta tecnologia e a construção de bases aéreas e helipontos na floresta.
Detalhes do investimento
O projeto também inclui a instalação de um centro de treinamento, bases móveis de fiscalização, depósitos para bens apreendidos e novos sistemas digitais para monitoramento ambiental e aplicação de sanções. A iniciativa prevê o uso de inteligência artificial para autuação remota e o fortalecimento da gestão institucional do Ibama.
"O Fundo Amazônia é fruto do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal. É resultado de doações realizadas a partir da redução do desmatamento que obtivemos no bioma", diz a ministra Marina Silva.
Segundo Aloizio Mercadante, o apoio financeiro reafirma o compromisso do governo federal com o cumprimento das metas ambientais e com a construção de um modelo de desenvolvimento com base no uso racional dos recursos naturais e na legalidade.
"Fortalecer o Ibama com recursos, tecnologia e estrutura significa proteger nossas florestas, garantir a aplicação da lei e combater a impunidade ambiental", afirma.
Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, destaca que "a assinatura do projeto FortFisc no valor de R$ 825,7 milhões representa o maior aporte individual já realizado pelo Fundo Amazônia".
Esse investimento, ele diz, reforça a capacidade operacional do Ibama no combate aos ilícitos ambientais, consolidando os avanços obtidos nos últimos anos e impulsionando-nos rumo à meta de desmatamento zero até 2030."
Eixos de atuação do FortFisc
O projeto se estrutura em cinco eixos principais:
Fortalecimento da capacidade aérea (R$ 522,7 milhões). Destinado à aquisição de aeronaves de asa rotativa com capacidade de transporte e lançamento de água, com proteção balística. Inclui sistemas de drones de asa fixa com decolagem e pouso vertical. Prevê a instalação de quatro bases operacionais com hangares e oito helipontos em áreas-chave da Amazônia Legal. O objetivo é a execução de operações de comando e controle em áreas de acesso difícil, como garimpo ilegal e exploração florestal em terras indígenas.
Fortalecimento dos meios operacionais da fiscalização (R$ 139,6 milhões). Visa a construção de um centro nacional de treinamento operacional do Ibama e estruturas de armazenagem para bens apreendidos nos estados do Pará, Rondônia e Mato Grosso. Prevê a aquisição de equipamentos como bases móveis em contêineres e trailers off-road, barracas de campanha, sistemas de comunicação via rádio VHF e kits de conectividade via internet satelital. Esses recursos permitirão maior presença territorial e agilidade nas ações em campo.
Sistemas informatizados da fiscalização ambiental (R$ 81,6 milhões). Busca aumentar a eficácia do Ibama na aplicação de sanções administrativas ambientais. Envolverá o desenvolvimento de sistemas digitais para gerenciamento de autos de infração, emissão de certidões ambientais, controle da cadeia de mercúrio e rastreamento de produtos florestais. Também inclui a implementação do Sistema de Monitoramento do Desmatamento Zero (LabDeZ) e a contratação de técnicos para triagem de processos, além de cursos para agentes ambientais.
Modernização da Fiscalização Remota (R$ 66,4 milhões). A proposta inclui a automatização da aplicação de sanções e o uso integrado de geotecnologias, inteligência artificial e sensoriamento remoto para detectar, embargar e monitorar áreas desmatadas. Entre as entregas estão sistemas para autuação remota, monitoramento de planos de manejo e atividades ilegais em áreas protegidas e terras indígenas, além da criação de uma plataforma de dados geoespaciais.
Gestão do Projeto (R$ 15,5 milhões). Prevê a criação de uma Unidade Gestora do Projeto (UGP), com servidores do Ibama e consultores. Essa equipe coordenará a execução técnica, financeira e institucional do FortFisc, além de promover eventos técnicos, cursos de capacitação e cooperação com órgãos estaduais e países vizinhos no enfrentamento ao desmatamento.
Fortalecimento Institucional
Atualmente, o Ibama lavra cerca de 10 mil autos de infração por ano no país. Somente na Amazônia Legal, entre 2019 e 2023, foram mais de 20 mil autos, 8,4 mil embargos e R$ 9 bilhões em multas aplicadas.
Segundo a ata, com o fortalecimento institucional proporcionado pelo projeto, há expectativa de maior agilidade e integração no processo administrativo, desde a detecção do ilícito até a execução das penalidades.
O Fundo Amazônia
Gerido pelo BNDES e coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Fundo Amazônia capta recursos para prevenir, monitorar e combater o desmatamento, e promover a conservação e o uso sustentável da Amazônia Legal. Ele também apoia o desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento no Brasil e em outros países tropicais.
Com 128 projetos apoiados e um valor de aproximadamente R$ 3,3 bilhões, o Fundo Amazônia já aprovou recursos para projetos em todos os eixos de execução do PPCDAm. As iniciativas incluem a promoção da produção sustentável, geração de renda e melhores condições de vida para povos e comunidades tradicionais que mantêm a floresta, atingindo mais de 500 organizações comunitárias e mais de 200 mil pessoas.
O Fundo Amazônia também apoia ações de monitoramento, comando e controle. Recentemente, aprovou projetos dos Corpos de Bombeiros dos nove estados da Amazônia Legal para combate e prevenção de incêndios florestais. Informações sobre os projetos apoiados estão disponíveis no site do Fundo Amazônia.
g1
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A necessidade de fortalecer o multilateralismo e a preocupação com a expansão de medidas protecionistas nortearam o debate na primeira sessão da Reunião de Presidentes das Comissões de Relações Exteriores (CREs) dos Parlamentos do Brics, na manhã desta terça-feira (3). O encontro, que prossegue à tarde, é parte da 11ª edição do Fórum Parlamentar do Brics, sediada no Congresso Nacional até quinta-feira (5).
Pela manhã, parlamentares do Brasil, China, Índia, África do Sul, Emirados Arábes Unidos, Irã, Egito, Belarus, Indonésia, Bolívia, Cuba e Nigéria discutiram o tema “Fortalecendo o comércio do Brics no atual cenário internacional”.
Presidente da CRE no Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS) presidiu os trabalhos. O senador destacou que na atual conjuntura internacional — marcada por tensões geopolíticas, competição estratégica entre nações, desaceleração econômica, medidas protecionistas e crises migratórias —, o agravamento de antagonismos “não nos conduzirá à paz e à prosperidade que defendemos e aspiramos”.
— O Brics propicia aos países em desenvolvimento uma plataforma relevante para expressar suas preocupações e interesses, bem como para participar ativamente da promoção de uma ordem internacional mais justa e inclusiva. Estamos seriamente preocupados com a perspectiva de fragmentação da economia global e enfraquecimento do multilateralismo — afirmou.
Para o senador, é preciso haver um sistema multilateral de comércio aberto, transparente, previsível, não discriminatório e baseado em regras mutuamente acordadas, tendo a Organização Mundial do Comércio (OMC) em seu centro. O tema comércio é de fundamental importância para todos os países do bloco e seus parceiros, sendo que a promoção do comércio intra-Brics e extra-Brics é tema de interesse comum, disse Nelsinho:
— O comércio internacional é importante motor do crescimento inclusivo, da erradicação da fome, da diminuição da pobreza e da promoção do desenvolvimento sustentável em suas três dimensões: ambiental, econômica e social.
O parlamentar também demonstrou preocupação com o aumento de medidas protecionistas unilaterais injustificadas, inconsistentes com as regras da OMC, incluindo o incremento indiscriminado de medidas tarifárias e não tarifárias e o uso abusivo de políticas verdes para fins protecionistas.
A vice-presidente da CRE no Senado, senadora Tereza Cristina (PP-MS), lembrou que inicialmente Brics se referia a grandes economias emergentes, com potencial de transformar substancialmente o centro de gravidade dos fluxos econômicos, comerciais e financeiros globais. Mas hoje, segundo a parlamentar, "nosso grupo de países logrou transcender, em muito, essa acepção original, tornando-se uma voz coletiva legítima e inescapável do novo cenário mundial".
— Devemos responder, conjuntamente, ao recrudescimento do protecionismo, à erosão do multilateralismo, à crise de confiança, à perda de canais de diálogo e às ameaças a uma paz duradoura. Temos uma oportunidade histórica, e a inação não será perdoada. É o momento de agir. E, enquanto parlamentos, temos essa responsabilidade perante nossos povos.
Presidente da CRE na Câmara, o deputado federal Felipe Barros (PL-PR) enfatizou que essa reunião de parlamentares representa um marco significativo, ao se consolidar como uma plataforma essencial ao fortalecimento da democracia parlamentar. Por meio do diálogo franco e da cooperação, segundo ele, é possível construir "um Brics mais integrado".
— É preciso fortalecer e intensificar as relações comercias intrabloco — expôs Barros.
O líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), deu as boas-vindas em nome do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
— Acreditamos muito na caminhada do Brics. O fortalecimento e a busca de objetivos comuns que possam fazer prosperar os nossos países, as nossas populações, devem estar no foco de todos os parlamentares.
Multilateralismo
O multilateralismo também foi defendido por grandes potências como a China e a Índia. Vice-presidente da CRE do Congresso Nacional do Povo da China, o deputado Wang Ke disse que os conflitos geopolíticos estão crescendo, ao mesmo tempo em que guerras exacerbam a instabilidade política e econômica.
Para o representante da China, é preciso apoiar o multilateralismo por meio da legislação, de forma a construir uma cooperação não discriminatória. Para Wang Ke, também é necessário promover mais áreas coorporativas em cadeias, além de trocas comerciais em benefício da população.
— Os países do Brics são muito importantes para os países em desenvolvimento. Ele [Brics] está compromissado a ajudar o multilateralismo. É por causa disso que o Brics tem um reconhecimento extenso pelo mundo, tem virado a espinha dorsal da política do “Sul global”.
Representante do Legislativo da Índia, o deputado Vijay Baghel também disse que seu país acredita nos princípios do multilateralismo e numa “ordem global equilibrada e justa”.
— No atual cenário, são grandes as oportunidades, diante dos complexos desafios econômicos e as tensões geopolíticas, incluindo as tendências protecionistas e sanções que causam crise global.
De acordo com o deputado indiano, as trocas com os parceiros dos Brics saltaram de US$ 59,6 milhões em 2008 para US$ 108 milhões em 2018, com as exportações aumentando a cada ano; por isso, “a Índia vê muito potencial em basear suas trocas comerciais com membros do Brics”.
O deputado Ali AlNuaimi, chefe da Divisão Parlamentar dos Emirados Árabes Unidos, enfatizou que a ordem mundial, após a 2ª Guerra, não existe mais, e isso tem um impacto nos investimentos, no comércio e na economia como um todo.
— Eu acredito que os fundadores do Brics tinham essa visão. A gente vê a importância de ter o Brics agora, quando nós precisamos de verdade de uma parceria para agregar valor, priorizar nossos povos e focar em construir as pontes, em servir ao interesse comum.
Parcerias
Presidente da Comissão de Cooperação Interparlamentar da Câmara dos representantes da Indonésia, o deputado Mardani Ali Sera salientou que no Brics há oportunidade de expandir e buscar cooperação financeira, transferência de tecnologia, financiamento e investimento para infraestrutura.
— Isso não vai só melhorar a operação, como também vai aumentar a nossa resiliência aos desafios globais. Entretanto, é também importante para nós promover mais investimento e comércio entre os membros do Brics, garantindo locais e opções de pagamento para reforçar a nossa resiliência econômica para que nós possamos lidar com os desafios econômicos recentes.
O deputado Sergei Rachkov, presidente da CRE da Câmara dos Representantes de Belarus, assinalou que seu país sempre demonstrou abertura comercial a parceiros. Ele afirmou que Belarus é um dos líderes globais de exportação de fertilizantes e tecnologia e maquinários e quer estreitar relações com os membros do Brics.
Para o deputado Supra Mahumapelo, representante da Comissão de Relações Internacional e Cooperação da Assembleia Nacional da África do Sul, seu país também tem experimentado grandes benefícios com o Brics.
— Hoje, o Novo Banco de Desenvolvimento está proporcionando financiamento a muitos projetos. A nossa parceria com o Brics tem trazido uma contribuição na implementação do plano de reconstrução, por meio do comércio e do desenvolvimento.
Ahmad Naderi, membro da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã, disse que, apesar de o país enfrentar muitas sanções internacionais, a cooperação econômica com o Brics deve estar fundada em respeito mútuo e justiça econômica. Para o parlamenetar iraniano, o “Brics é ponte de inovação global na era digital, promovendo o desenvolvimento do comércio eletrônico e dando acesso ao comércio global por meio da tecnologia, logística e alfândega”.
Presidente da Comissão de Política Internacional da Câmara de Senadores da Bolívia, Felix Ajpi Ajpi disse que o país — que é parceiro do Brics— tem muito a oferecer.
— Temos as mesmas potencialidades, que não são bem exploradas. E nós fomos submetidos ao unilateralismo. Por isso a gente contribui para trabalhar juntos com solidariedade e complementando os membros do Brics, para adicionar mais países a esse sistema moderno.
Também participaram o deputado Mohamed Soliman, do Egito; o deputado Alberto Núñez Betancourt, de Cuba; e o deputado Busayo Oluwole Oke, da Nigéria.
No período da tarde, a reunião prossegue com mais duas sessões de trabalho. Às 14h, inicia-se o debate sobre a "Promoção de investimentos e transferência de tecnologia para o desenvolvimento sustentável" e, às 15h, os representantes das CREs debruçam-se sobre a questão dos "Instrumentos financeiros para um Brics mais resiliente e sustentável".
Agência Senado
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O Congresso Nacional recebe nesta quarta-feira (4) representantes dos parlamentos dos países do Brics e dos países aliados desse bloco. Eles participarão da abertura oficial do 11º Fórum Parlamentar do Brics. A sessão solene, que deve começar às 10h30, será presidida pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Também estará presente o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
Pouco antes, por volta das 10h, os representantes das delegações se reúnem no Salão Negro do Congresso Nacional para a foto oficial. Em seguida, eles seguem para o Plenário do Senado, onde ocorrerá para abertura da solenidade.
Os líderes devem destacar em seus discursos a importância do diálogo entre os países para a construção de uma governança global mais justa, inclusiva e sustentável.
No período da tarde, as delegações participam de duas sessões temáticas. A primeira, a partir das 14h, terá como tema a Aliança Interparlamentar do Brics pela Saúde Global, com foco em ações conjuntas no enfrentamento de pandemias e no fortalecimento dos sistemas públicos de saúde. Nesse debate, está prevista a participação de representantes de Rússia, África do Sul, Índia, Indonésia, Irã e Cuba.
Já na segunda sessão temática, que começa às 15h30, os participantes discutem novos caminhos para o desenvolvimento econômico por meio da ação parlamentar integrada. Devem participar do encontro representantes de Índia, Irã, China, África do Sul, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Egito, Cuba e também do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), que é presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff.
O período da tarde também será destinado a reuniões bilaterais. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, se encontra com representantes de Cuba, China, Emirados Árabes Unidos, Índia, Irã e Rússia.
As atividades de quarta-feira se encerram oficialmente com um jantar no Palácio Itamaraty que começa às 19h30.
Agência Senado
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump não foi informado previamente pela Ucrânia sobre o ataque de Kiev com drones a bases militares da Rússia no fim de semana, disse nesta terça-feira (3) a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
A complexidade da operação — que durou um ano e meio e na qual o serviço secreto ucraniano escondeu drones dentro de contêiners de caminhões — levantou questionamentos sobre a participação do serviço de inteligência dos EUA na ação.
Nesta terça, no entanto, Leavitt disse que Trump não recebeu qualquer informação não foi informado sobre a ação antes do ataque, que destriuiu mais de 40 aviões de guerra russos com capacidade nuclear, cerca de um terço da frota militar aérea de Moscou.
Imagens de satélite mostram destruição
Imagens feitas por satélites registraram como ficaram bases militares da Rússia atingidas pelo ataque da Ucrânia com drones escondidos em caminhões no fim de semana.
As imagens foram feitas na base de Bekaya, uma das cinco atacadas pela ação de Kiev que pegou a Rússia de surpresa (leia mais abaixo). E mostram vários bombardeiros destruídos ou gravemente danificados (veja acima).
Os registros foram feitos por duas empresas de satélites e fornecidos à agência de notícias Reuters.
"Com base nos destroços visíveis, na comparação com imagens de satélite recentes e nas imagens de drones divulgadas pelo Telegram e postadas no Twitter, posso ver a destruição de várias aeronaves", disse John Ford, pesquisador associado do Centro James Martin para Estudos de Não Proliferação, com sede na Califórnia.
Operação Teia de Aranha
A Ucrânia destruiu mais de 40 aviões com capacidade nuclear na Sibéria no domingo (1º). A operação, chamada de Teia de Aranha, pareceu tirada de um roteiro de ação de Hollywood, com drones saindo de compartimentos escondidos em contêineres.
O serviço secreto ucraniano escondeu drones dentro de contêiners de caminhões, que circularam disfarçados por diversos pontos do território russo, até a proximidade das bases, de onde os drones voaram despercebidos e destruíram mais de 40 aviões com capacidade nuclear, cerca de um terço da frota militar aérea russa.
O ataque surpreendeu pelo local, a mais de 4.000 km do front da guerra, e o método de ação, que usou caminhões para levar contêineres com drones e explosivos escondidos no teto.
As autoridades russas foram pegas de surpresa pela Ucrânia. A Rússia considerou os ataques como um ato terrorista.
O presidente Volodimyr Zelensky considerou a operação como "brilhante" e "nossa operação de maior alcance".
Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, os drones danificaram aviões e causaram incêndios em quatro bases aéreas da região de Irkutsk, a 4.300 km da Ucrânia e próximo da Mongólia, e em cidades do norte russo, como Murmansk.
Onde ocorreu a operação?
Essa distância vai além do alcance de drones de ataque de longo alcance ou mísseis balísticos do arsenal ucraniano e precisou de um esquema especial para levar os drones até os alvos.
A Rússia disse ainda que conseguiu reprimir ataques na região de Amur, no extremo leste do país, e em Ivanovo e Ryazan, no oeste.
Como foram feitos os ataques?
A operação Teia de Aranha transportou os drones por caminhões para o território russo, escondidos no teto de contêineres.
Os drones estavam armados com explosivos e foram colocados entre painéis de madeira no teto de contêineres.
Antes do ataque, esses contêineres foram levados de caminhão ao perímetro das bases aéreas.
Na hora do ataque, o topo dos contêineres foi levantado por um mecanismo remoto, permitindo aos drones voar e iniciar o ataque.
Quais aeronaves foram atingidas?
Até o momento, as informações das agências de notícias citam que foram atingidos 41 aviões estacionados em diversos campos aéreos. A lista inclui bombardeiros A-50, Tu-95 e Tu-22M.
Moscou já usou o Tupolev Tu-95 e Tu-22, bombardeiros de longo alcance, para lançar mísseis contra a Ucrânia. Os A-50 são usados para coordenar alvos e detectar defesas aéreas e mísseis guiados.
Diferentemente de mísseis, que podem ser substituídos com facilidade, os aviões não devem ser repostos tão cedo pela Rússia.
Segundo o jornal "Financial Times", citando a inteligência ucraniana, os ataques causaram mais de US$ 7 bilhões em danos e que 34% da frota de aeronaves estratégicas de transportes de mísseis foi atingida.
Quanto tempo levou o planejamento da missão?
A operação Teia de Aranha levou um ano e meio entre planejamento e ação e foi supervisionada pelo presidente Volodimyr Zelensky e por Vasyl Maliuk, chefe da agência de inteligência doméstica (SBU).
O governo ucraniano informou que os Estados Unidos não foram avisados previamente da operação Teia de Aranha.
Reuters
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A Assembleia Legislativa Nacional do Equador aprovou nesta terça-feira (3) uma reforma constitucional que permite a instalação de bases militares estrangeiras no país.
A proposta foi apoiada por 82 parlamentares e, agora, será submetida aos eleitores em um referendo que ainda terá a data definida pelas autoridades eleitorais.
A medida é apoiada pelo presidente Daniel Noboa, que acaba de tomar posse após ser reeleito para um segundo mandato. Ele defende que a cooperação internacional é necessária para combater grupos de tráfico de drogas que operam em todas as jurisdições.
Parlamentares de seu partido disseram que, desde que uma base anterior dos Estados Unidos foi fechada, o Equador se tornou um dos principais centros de tráfico de narcóticos.
A oposição, no entanto, afirma que a presença militar estrangeira por si só não resolverá os problemas de segurança do país e que o governo precisa de um plano claro para combater o crime.
Daniel Noboa e o presidente americano, Donald Trump, tiveram uma reunião informal em março, na Flórida.
Nenhum dos dois forneceu muitos detalhes sobre o que discutiram, porém fontes da Reuters contaram à época que autoridades equatorianas expressaram o desejo de voltar a sediar uma base dos EUA no país a aliados de Trump.
Reuters
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Mais de 200 prisioneiros escaparam de uma prisão na cidade de Carachi, no sul do Paquistão, na madrugada de segunda para terça-feira (3), no horário local, em um motim após uma série de terremotos que atingiram o país, segundo autoridades locais. Uma pessoa morreu.
A fuga começou pouco antes da meia-noite de segunda-feira e continuou nas primeiras horas da terça, após centenas de prisioneiros terem sido retirados de suas celas e colocados em um no pátio da prisão por causa dos tremores, segundo Zia-ul-Hasan Lanjar, o ministro da Justiça da província de Malir, onde fica a prisão.
Quando estavam no pátio, os prisioneiros dominaram os guardas, tomaram suas armas e forçaram a abertura do portão principal após um tiroteio com soldados paramilitares que também faziam a segurança do complexo, segundo a polícia local. Pelo menos um prisioneiro foi morto e três guardas ficaram feridos no tiroteio, declarou o chefe de polícia, Ghulam Nabi Memon.
"Ouvi os disparos por um bom tempo e, algum tempo depois, os prisioneiros saíram correndo em todas as direções", afirmou Bukhsh, um segurança particular de um condomínio vizinho à prisão, à agência de notícias Reuters. Ele não forneceu um sobrenome.
Bukhsh disse ainda que, após escapar a prisão, alguns dos prisioneiros invadiram no condomínio complexo de apartamentos. No entanto, os invasores foram detidos pela polícia, afirmou o segurança.
Após a fuga, o cenário nesta terça-feira na prisão é de destruição, com vidros quebrados e equipamentos eletrônicos danificados. Uma sala de reuniões, onde os prisioneiros podiam ver suas famílias, havia sido saqueada. Familiares de detentos, ansiosos por notícias, reuniram-se do lado de fora da prisão.
A fuga foi uma das maiores já ocorridas no Paquistão, disse o ministro Lanjar. A prisão, que abriga 6 mil detentos, fica no distrito de Malir, em Carachi, a maior cidade do Paquistão.
Os prisioneiros correram pela área durante toda a noite, alguns deles descalços, e a polícia os perseguiu, segundo imagens da TV local. Cerca de 80 dos fugitivos foram capturados, afirmou Murad Ali Shah, o ministro-chefe da província.
Autoridades disseram que os detentos, muitos deles usuários de heroína, ficaram nervosos e "houve pânico" com os terremotos.
O ministro-chefe da província disse que foi um erro as autoridades prisionais terem permitido que os prisioneiros saíssem de suas celas. Ele pediu aos detentos que ainda estão soltos que se entreguem ou enfrentarão uma acusação grave por terem fugido.
g1
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A produção nacional de petróleo e gás natural atingiu, em abril deste ano, um volume recorde de 3,734 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d) de petróleo e gás natural.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o volume é 0,5% maior que o registrado em março e 18,3% superior ao observado em abril de 2024.
Considerando-se apenas o petróleo, a produção diária chegou a 2,895 milhões de barris em abril deste ano, ou seja, 0,4% acima de março deste ano e 16,4% a mais que em abril de 2024. Já a produção de gás natural chegou a 133,33 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), superior em 0,8% ao mês anterior e em 25,6% ao mesmo período do ano passado.
Números
A produção total de petróleo e gás do Brasil, considerando-se campos do pré-sal, pós-sal e em terra, chegou a 4,689 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Ou seja, a produção do pré-sal representou 79,6% do total da produção nacional destes hidrocarbonetos.
A produção total de petróleo chegou 3,632 milhões de barris por dia, um aumento de 0,3% na comparação com o mês anterior (março) e de 13,7% em relação ao mesmo mês de 2024. A média diária de gás natural em todos os campos do país chegou a 168,01 milhões de m³/d, altas de 1,5% ante março e de 22,9% em relação a abril de 2024.
O aproveitamento de gás natural foi de 97,1%. Do total extraído do subsolo, 4,98 milhões de m³/d foram queimados sem ser aproveitados, 13,6% a menos que em março deste ano. Na comparação com abril do ano passado, no entanto, houve aumento de 25,5%.
Em abril deste ano, os campos operados pela Petrobras - sozinha ou em consórcio com outras empresas - foram responsáveis por 89,76% do total produzido. O campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, foi o maior produtor do país, com média diária de 783,91 mil barris de petróleo (21,6% do total) e 39,81 milhões de m³/d de gás natural (23,2% do total).
Agência Brasil
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A proposta do governo federal com alternativas para o cumprimento das metas fiscais para os próximos anos será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda nesta terça-feira (3), até as 15h, antes do embarque à França.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a alternativa prevê, uma emenda constitucional (PEC) e um projeto de lei (PL) “relativamente amplo”.
“Serão dois diplomas legais, mas eu posso precisar, para questões tópicas, de uma medida provisória que entre em vigor imediatamente, para determinadas correções que eu possa ter que fazer. Mas isso ainda não está decidido. Será decidido depois da reunião [com Lula]”, disse Haddad ao chegar no ministério.
A nova proposta substituirá a anterior, que prevê a elevação de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o crédito de empresas, para operações cambiais e para grandes investidores em previdência privada.
Reuniões produtivas
O ministro voltou a dizer que as reuniões que teve com os presidentes da Câmara, Hugo Motta; e do Senado, Davi Alcolumbre foram bastante produtivas.
“Nós conseguimos apresentar, ponto por ponto, aquilo que já tinha sido sugerido por alguns parlamentares, dentre os quais os próprios presidentes das duas casas, já com uma estimativa de impacto benéfico e estrutural sobre as contas públicas. Será uma coisa que tem impacto duradouro ao longo do tempo”, disse o ministro.
Haddad disse estar otimista também para a reunião de hoje com Lula. “Há ainda pequenos detalhes - de fato pequenos - para serem arbitrados, mas penso que o plano de voo está bem montado”, acrescentou.
Agenda de Estado
O ministro afirmou que sua equipe econômica está em posição confortável e otimista em relação ao respaldo político a ser obtido após a apresentação do novo plano. “Tecnicamente, ele é robusto. Politicamente, está amparado. Teremos oportunidade muito interessante de avançar naquilo que todo mundo está pedindo”, disse.
“Isso nos dá conforto, inclusive porque os governos duram quatro anos. Nós temos que fazer coisas para o país. Tem que ter uma agenda de Estado no Brasil. Tem uma agenda de governo, que cada um tem uma opinião, mas tem uma agenda que é de Estado, para colocar as coisas em ordem”, complementou.
Aval de Motta e Alcolumbre
Na avaliação do ministro, o aval dado pelos presidentes da Câmara e do Senado ajudará no apoio e na tramitação da proposta. “Obviamente, isso vai depender agora de uma avaliação dos partidos políticos”, ponderou, ao considerar como “muito significativo” o apoio de Motta e Alcolumbre antes mesmo de a proposta ser oficialmente apresentada.
“Agora nós vamos, evidentemente, negociar com as bancadas. Mas é um gesto que não pode deixar de ser considerado por parte dos dois presidentes”, acrescentou.
Protocolo
Perguntado sobre a possibilidade de a proposta incluir desvinculação do salário mínimo, Haddad disse que não poderia entrar em mais detalhes, em respeito ao protocolo que deve manter, tanto com Lula, quanto com os presidentes das duas casas legislativas.
“Vou primeiro fechar primeiro com o presidente das duas casas sobre o que é essa estruturação, respeitando o presidente da República, porque temos que primeiro apresentar a ele [antes de tornar as medidas públicas]. Vocês saberão da decisão em algumas horas, assim que ele validar as medidas”, disse.
Haddad criticou a circulação de muitas notícias que não têm correspondência com o que está sendo discutido. “Tem muita gente no mercado que fica especulando, e não é bom especular sobre temas sérios”, complementou ao garantir que o governo vai manter e cumprir as metas fiscais.
Agência Brasil
Portal Santo André em Foco
A produção industrial brasileira registrou crescimento de 0,1% na passagem de março para abril deste ano. É o que revela a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro. Essa é a quarta alta consecutiva do indicador, que acumula crescimento de 1,5% desde janeiro deste ano.
“Isso elimina a queda assinalada nos três últimos meses de 2024, os resultados negativos de dezembro, novembro e outubro que totalizaram naquela ocasião uma perda de 1%”, disse o pesquisador do IBGE André Macedo.
Ele destacou, no entanto, que a alta de 1,5% acumulada em quatro meses foi puxada principalmente pelo aumento de 1,2% em março, porque nos demais meses a produção industrial teve resultados positivos muito próximos da estabilidade: 0,2% em janeiro, 0,1% em fevereiro e 0,1% em abril.
O indicador apresenta altas também no trimestre (0,5%), no acumulado do ano (1,4%) e no acumulado de 12 meses (2,4%). Na comparação com abril de 2024, no entanto, houve uma queda de 0,3%.
Segundo Macedo, o crescimento próximo da estabilidade apresentado pela indústria na passagem de março para abril (0,1%) pode ser explicado por fatores como um cenário de incerteza econômica e a alta taxa de juros básica (Selic).
“Por trás desse comportamento de menor intensidade da produção industrial há fatores que a gente já vem elencando há algum tempo. A taxa de juros em patamares mais elevados traz adiamento nas decisões de consumo das famílias e adiamento nas decisões de investimentos por parte das empresas. E tem o ambiente de incerteza não só no mercado doméstico, mas também no ambiente internacional”, afirmou o pesquisador.
Setores
Três das quatro grandes categorias econômicas da indústria apresentaram alta de março para abril: bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo (1,4%), bens intermediários, insumos industrializados usados no setor produtivo (0,7%) e bens de consumo duráveis (0,4%). Apenas os bens de consumo semi e não duráveis tiveram queda (-1,9%).
Entre as 25 atividades da indústria, 13 tiveram alta, com destaque para indústrias extrativas (1%), bebidas (3,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (1%) e impressão e reprodução de gravações (11%). O item produtos químicos apresentou estabilidade.
Entre os 11 ramos da indústria em queda, os maiores recuos foram observados em produção, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,5%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,5%), celulose, papel e produtos de papel (-3,1%), máquinas e equipamentos (-1,4%), móveis (-3,7%), produtos diversos (-3,8%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-1,9%).
Agência Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desconversou nesta terça-feira (3) sobre a possibilidade de o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) assumir o lugar de Márcio Macedo na Secretaria-Geral da Presidência da República.
Ele foi questionado sobre a reforma ministerial, mas respondeu a jornalistas que não iria responder à pergunta.
"Primeiro, não é correto o presidente numa entrevista dizer se vai trocar alguém ou não. Segundo, dizer quem é que vai ser candidato, se vai ser ou não. Vai ter um momento em que a gente vai parar para discutir política. Por enquanto eu estou naquela fase de anunciar mais três programas sociais neste país", afirmou.
"Vou fazer uma reunião ministerial, vou discutir com os outros partidos, inclusive com todos os partidos de oposição que tem ministro dentro do governo para que a gente possa fazer uma decisão política nesse país. A questão da troca de ministro tem uma coisa pessoal minha. Eu tiro quando for necessário tirar e ponho quando for necessário pôr. Então, quando eu fizer isso, você vai ficar sabendo",prosseguiu Lula.
O presidente ainda salientou que está satisfeito com a sua equipe.
"Eu estou satisfeito com o trabalho de todo mundo. Todo mundo que está aqui foi escolhido por mim. Então eu estou satisfeito. Na hora que eu não estiver satisfeito, eu troco", concluiu.
Boulos é cotado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República, atualmente ocupada por Márcio Macedo. A mudança sinaliza mais um passo da reforma ministerial do governo Lula (leia mais abaixo).
A Presidência da República convocou nesta terça uma coletiva de imprensa onde o presidente falou de diversos assuntos e respondeu as perguntas de jornalistas
A convocação foi atípica e tem relação com a nova estratégia de comunicação na gestão do ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira.
Dança das cadeiras
Com Boulos na Secretaria-Geral, Macedo poderá ser realocado para a presidência do Ibama.
Segundo o blog da Andréia Sadi apurou, interlocutores avaliam que, com as eleições do próximo ano no horizonte, Boulos pode contribuir significativamente, especialmente se a atuação da pasta for direcionada à organização dos movimentos sociais.
Embora conte com o apoio da primeira-dama Janja, Macedo tem sido avaliado como de desempenho pífio por setores expressivos do PT e do próprio governo.
Boulos também tem boa articulação nas redes sociais — campo em que o governo Lula patina.
Caso vá para o governo, Boulos pode ter de abrir mão de disputar vaga na Câmara na próxima eleição.
g1
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