Junho 10, 2025
Arimatea

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (3) que acredita que o Banco Central vai tomar o que chamou de "atitude correta" e começar a baixar os juros.

Lula foi questionado sobre o assunto e ironizou: "Você acha que não critico os juros porque o [Gabriel] Galípolo está lá? Não é isso", afirmou.

“Eu acho que logo, logo o Banco Central vai tomar a atitude correta de começar a baixar os juros. Os juros estão muito altos", emendou.

Lula ainda ponderou que mesmo com os juros altos a economia está crescendo.

"“Tem muito crédito para os pequenos agricultores, para os microempreendedores, para os médios empreendedores. Há muito crédito nesse país e nós queremos mais crédito para fazer com que a economia cresça mais", justificou.

O presidente deu declaração durante coletiva de imprensa convocada pela Presidência da República nesta manhã.

  • No início do mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano, o maior nível em quase 20 anos.
  • O mercado financeiro acredita que essa foi a última elevação dos juros neste ano, e prevê cortes somente a partir de 2026.

Galípolo indica juro alto por 'período prolongado'

Apesar das declarações de Lula, Galipolo afirmou em maio que faria sentido que o Banco Central mantenha taxas de juros em um patamar elevado, chamado de "mais restritivo" no jargão técnico, por um período mais prolongado de tempo.

“É normal que comece um pouco a discussão sobre o prazo de manutenção da taxa de juros em um patamar restritivo, porque nesse nível que a gente está começa a ter peso maior o período que você permanece do que essa calibragem na questão da convergência para a inflação", declarou Galipolo, do BC, na ocasião.

Desaceleração da economia
O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país.

Avalia que isso é um "elemento necessário para a convergência da inflação à meta [de inflação, de 3%]".

O Banco Banco Central projeta um ritmo mais lento para a economia neste ano. O mercado estima um crescimento de 2,13% em 2025, contra 3,4% no ano passado. O BC projeta uma expansão de 1,9% neste ano.

▶️Na ata da última reunião do Copom, divulgada nesta semana, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.

▶️O Banco Central também informou que o juro alto já contribui para a desaceleração da atividade e que o impacto na geração de empregos deve se aprofundar.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta terça-feira (3) as manifestações do governo dos Estados Unidos contra a atuação do ministro do Supremo Tribunal Fedeal (STF) Alexandre de Moraes.

"Eu vou dizer para você o que eu penso, tá? E o que eu pensava vai ser a decisão do governo. Primeiro, é inadmissível que um presidente de qualquer país do mundo dê palpite sobre a decisão da Suprema Corte de um outro país. Se você concorda ou você não concorda, silencie porque não é correto você dar palpite", disse .

"Eu acho que os Estados Unidos tem apenas que compreender que respeito a integridade das instituições de outros países é muito importante. É muito importante. Porque nós achamos, sabe, que num país não pode ficar se intrometer na vida do outro, querendo punir um outro país, isso não tem cabimento", emendou.

Lula também criticou duramente a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – que está nos Estados Unidos, licenciado do mandato e se reunindo com autoridades norte-americanas para pedir sanções a autoridades brasileiras.

"Por enquanto, o que nós temos é fala de pessoas. Mas pode ficar certo de que o Brasil vai defender, não só o seu ministro, mas defender a Suprema Corte. O que é lamentável é que um deputado brasileiro, filho do ex-presidente, está lá a convocar os Estados Unidos para se meter na política interna do Brasil. É isso que é grave. É isso que é uma prática terrorista. É isso que é uma prática antipatriótica. Um cidadão que é deputado, renuncia ao seu mandato, pede licença do seu mandato, para ir ficar tentando lamber as botas do Trump e de assessor do Trump, pedindo intervenção na política brasileira. Então, não é não é possível aceitar isso. É só ler a entrevista na Veja que vocês vão saber de quem que eu estou falando. Isso sim é desrespeito ao Brasil. Isso sim é provocação."

"É preciso que haja no mínimo de bom senso. Se essa gente pensa que vai ganhar a consciência da sociedade com mentira, é um ledo engano", prosseguiu Lula.

➡️ A fala de Lula faz referência a um oficio que o governo brasileiro recebeu dos Estados Unidos falando sobre a atuação de Moraes. Segundo o Ministério da Justiça, o documento tem caráter meramente informativo e não resultará em qualquer encaminhamento por parte da pasta.

➡️ O documento foi uma resposta dos Estados Unidos às decisões judiciais que resultaram no bloqueio de redes sociais americanas no Brasil.

➡️ O movimento é tido como atípico, nos bastidores da diplomacia brasileira, mas visto como um “novo normal” do governo Trump.

De acordo com fontes do governo, o ofício sequer passou pela embaixada os Estados Unidos no Brasil. Foi direto do Departamento de Justiça dos EUA para o Ministério da Justiça brasileiro.

No domingo (1º), Lula já tinha criticado o fato de, segundo ele, Moraes estar sofrendo represálias por querer prender o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – que, nas palavras de Lula, "está lá nos Estados Unidos fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro".

"Que história é essa de os Estados Unidos querer negar alguma coisa, e criticar a Justiça brasileira. Eu nunca critiquei a Justiça deles. Ele faz tanta barbaridade, eu nunca critiquei. Faz tanta guerra, mata tanta gente. Por que que eles vão querer criticar o Brasil", frisou.

EUA vão barrar autoridades estrangeiras
Na quarta-feira (28), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou restrições de visto contra autoridades estrangeiras que são "cúmplices de censura a americanos". Ele não citou quem será afetado, mas Moraes pode ser um dos alvos da medida.

Na semana passada, Rubio disse ao Congresso americano que há uma "grande chance" de o governo dos EUA sancionar o ministro do STF.

Após o anúncio, Jason Miller, um consultor de Trump, marcou Moraes na rede social X, insinuando que ele seria atingido pela medida.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (3) que não quer punir nenhuma entidade de forma precipitada na fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). E que apenas aposentados e pensionistas — vítimas do esquema — não podem ser punidos.

"O que estamos pedindo é que nós estamos dando uma chance às entidades para que elas apresentem prova da veracidade da assinatura das pessoas. Até agora não apresentaram. Se alguma apresentar, será levada muito a sério, será investigada muito corretamente e, se ela não cometeu nenhum erro, ela não tem que pagar o preço, mas as outras vão pagar o preço. Com perda de patrimônio, com a devolução daquilo que puder devolver", afirmou.

Ao ser questionado sobre associações com ligação com pessoas do PT, Lula afirmou que "não terá brincadeira da parte do governo" e que as associações têm que provar a inocência.

"Os pagamentos foram suspensos para todas as entidades. O que eu sei é que nós vamos agir diferente, sempre partindo dos pressupostos que todo mundo merece a presunção da inocência. O que nós estamos dando é um tempo das pessoas provarem se estão certas ou erradas. E as investigações continuam. Essas pessoas serão punidas. A hora que encontrar o chefe, vai ser preso. Vai ter que ter um processo. Não é o presidente da República que manda prender, é a Justiça que manda prender. Isso vai ter um processo", justificou.

"Se elas provarem que são inocentes, nós vamos ter que tomar a decisão. Tem uma decisão que, na minha opinião, é o seguinte: a gente não deve fazer o desconto. Se as pessoas não mandarem documento provando, sabe, com A mais B, não tem por que liberar. Houve um erro, porque houve um afrouxamento no governo passado das regras. As pessoas mandaram nomes sem nenhuma fiscalização, sem nenhum critério. Isso acabou, definitivamente acabou", emendou.

O presidente deu declaração durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto convocada pela Presidência da República nesta manhã.

Ressarcimento das vítimas
O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou na última sexta-feira (30) que o governo vai usar recursos do orçamento federal para ressarcir os aposentados e pensionistas vítimas de descontos não autorizados de associações e entidades conveniadas com o INSS.

Segundo Messias, o governo seguirá cobrando essas entidades na Justiça – mas não vai condicionar o ressarcimento das vítimas à conclusão desse processo.

Desde a semana passada, o governo já vinha anunciando que pretendia concluir a quitação dos ressarcimentos até o fim do ano. Na quarta, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, afirmou que a intenção era concluir "o quanto antes".

? Ainda não está claro, no entanto, de onde virá o dinheiro – se o orçamento do INSS para 2025 comporta esses gastos, ou se será preciso aprovar um crédito extraordinário no Congresso, por exemplo.

? Isso porque, embora a Justiça já tenha feito bloqueios em bens e contas bancárias dos suspeitos e das entidades, esse dinheiro ainda não está disponível.

? Os valores só poderão ser usados para ressarcir o governo e os beneficiários prejudicados ao fim do processo judicial, se houver condenação definitiva.

Bloqueio na Justiça
A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 23,8 milhões em bens de empresas e sócios suspeitos de envolvimento em fraudes contra aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A decisão atende a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e é a primeira em um conjunto de 15 ações ajuizadas para garantir o ressarcimento das vítimas.

A ação original, movida pela AGU em 8 de maio, pediu o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades e seus dirigentes, totalizando 60 réus.

A juíza determinou o desmembramento em 15 processos distintos, com no máximo cinco réus por ação.

Além das 12 entidades que são alvo da Justiça, seis empresas também foram incluídas por suspeita de intermediarem vantagens indevidas.

Fraude no INSS
Na semana passada, o governo federal começou a devolver os R$ 292 milhões retidos de forma indevida nas folhas de pagamento de abril. Os valores serão depositados automaticamente até 6 de junho, junto com os benefícios mensais, e não é necessário solicitar o reembolso.

A devolução está sendo feita após o INSS ordenar a suspensão de todos os descontos associativos. Em abril, uma investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que associações cobravam mensalidades de aposentados e pensionistas sem autorização, ofereciam serviços indevidos e falsificavam assinaturas dos beneficiários.

Segundo a PF, os desvios, que ocorreram entre 2019 e 2024, podem chegar a R$ 6,3 bilhões.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (3) que, na sua avaliação, a área econômica não errou ao anunciar uma alta no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em maio – e, em seguida, ser forçada a recuar diante da reação negativa do mercado e do Congresso.

"O Ministério da Fazenda está tentando fazer um reparo, que foi um acontecimento do não cumprimento de uma decisão da Suprema Corte pelos companheiros senadores, que quando aprovaram a desoneração, sabiam que tinha uma decisão da Suprema Corte de que era obrigado a haver uma compensação, e ficaram de apresentar compensação. O [Fernando] Haddad, no afã de dar uma resposta logo à sociedade, apresentou uma proposta que ele elaborou na Fazenda. Se houve uma reação de que há outras possibilidades, nós estamos discutindo essas outras possibilidades., disse Lula.

Segundo Lula, o anúncio foi feito em uma sexta-feira e tinha como objetivo oferecer uma resposta rápida.

Ele reforçou que não vê erro na medida inicial:

"Eu não acho que tenha sido erro não. Eu acho que foi um momento político. Em nenhum momento, o companheiro Haddad teve qualquer problema de rediscutir o assunto. A apresentação do IOF foi o que eles tinham pensado naquele instante. Se aparece alguém com uma ideia melhor e topa discutir, vamos discutir", completou.

O presidente confirmou que se reunirá com os envolvidos no debate no início da tarde, incluindo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, "para a gente saber se o acordo está feito ou não".

"Eu sou favorável que não tenha segredo. Antes de qualquer medida que a gente mande para o Congresso Nacional, nós temos que reunir aqui as pessoas que são parceiras nisso. O presidente do Senado, da Câmara, os líderes dos partidos", afirmou.

Apesar de defender o ministro Fernando Haddad e a equipe econômica em um primeiro momento, Lula criticou a falta de diálogo com os líderes do governo no Congresso Nacional antes de editar a medida.

“Esta discussão que eu acho que a gente tem que fazer com as lideranças é porque nós precisamos dar um voto e um crédito aos nossos líderes. Ninguém pode ser líder do governo, e o governo mandar alguma coisa para lá sem conversar com eles. Essa é uma prática política que nós temos que aprender a fazer. Toda vez que a gente toma uma atitude sem conversar com as pessoas que vão ter que nos defender e defender a proposta a gente pode cometer erros, porque muitas vezes gente nossa tem propostas de mudanças”, afirmou.

O presidente citou como exemplo de diálogo o processo conduzido pelo governo federal que resultou na edição de uma medida provisória que reduziu o preço da energia elétrica para os consumidores mais carentes.

As medidas são mantidas em sigilo pela equipe econômica, mas já foram apresentadas aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). E podem ser divulgadas ainda nesta terça se tiverem o aval de Lula.

O assunto gerou uma nova crise na relação entre o governo e o Congresso Nacional. Entenda:

? Em maio, o governo anunciou uma elevação no IOF cobrado sobre diversas operações financeiras – mas começou a recuar no mesmo dia, após reação negativa do mercado.

? O Congresso começou, nos dias seguintes, a se movimentar para aprovar uma derrubada do decreto presidencial, algo inédito nos últimos 25 anos.

? O governo, então, buscou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e negociou um prazo de dez dias para apresentar uma proposta alternativa que substitua parte dos ganhos que seriam obtidos com o novo IOF.

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A Lei da Ficha Limpa, nascida a partir da iniciativa popular, completa 15 anos na quarta-feira (4). Sancionada em 4 de junho de 2010, a lei é considerada um marco no combate à corrupção no Brasil. Atualmente, projetos em tramitação no Senado buscam alterar as regras para evitar a aplicação de prazos diferentes em cada caso. A tentativa de mudanças na lei gera discordância entre os senadores.

O projeto da Lei da Ficha Limpa teve origem em uma mobilização que reuniu mais de 1,5 milhão de assinaturas. A campanha, liderada pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) recolheu, ao longo de mais de um ano, as assinaturas necessárias para a apresentação de um projeto de lei de iniciativa popular (1% do eleitorado nacional) em todos os estados e no Distrito Federal. A mobilização pela aprovação foi intensa nas redes sociais.

— Não veio de cima pra baixo, nasceu da força da participação popular, com mais de um milhão de assinaturas e o engajamento direto de toda a sociedade, que exigiu mudanças concretas na política. (...) Votei favoravelmente com convicção, por entender que o mandato jamais pode servir de abrigo à impunidade. A política tem que ser espaço de serviço à população, não de proteção a quem viola a lei — lembrou o senador Paulo Paim (PT-RS) em entrevista à Agência Senado.

O texto foi entregue à Câmara dos deputados em 2009 e aprovado pela Câmara e depois pelo Senado em maio de 2010, por unanimidade. A sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava em seu segundo mandato, se deu em junho. Em 2012, no julgamento de ações declaratórias de constitucionalidade e de uma ação direta de inconstitucionalidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a constitucionalidade da lei.

Regras
O que a Lei da Ficha Limpa fez foi barrar as candidaturas de políticos condenados em decisão colegiada pela prática de crimes como corrupção, abuso de poder e compra de voto, entre outros. A lei estabeleceu 14 hipóteses que tornam um político inelegível, dentre as quais também estão a condenação à perda dos direitos políticos por lesão ao patrimônio público ou enriquecimento ilícito.

— A lei da ficha limpa é a mais importante das leis de iniciativa popular que o Brasil já conseguiu aprovar e trouxe como grande inovação esse filtro de qualidade ética, de honestidade para quem está na vida pública. É um avanço importantíssimo — disse o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) nesta segunda-feira (2).

Até então, as leis existentes previam hipóteses para o condenado ficar fora da vida pública, mas por um período menor, de até 3 anos. Com a Lei da Ficha Limpa, esse prazo pode chegar a 16 anos, no caso de senador, que tem mandato de oito anos. A lei diz que políticos condenados não podem concorrer novamente durante todo o período restante do mandato e nos oito anos seguintes ao término. De acordo com a lei, as regras valem para o caso de decisões transitadas em julgado (sem possibilidade de recurso) ou proferidas por órgão judicial colegiado.

Código Eleitoral
Nas últimas semanas, ganhou destaque a tentativa de alteração em regras da Lei da Ficha Limpa prevista no projeto do novo Código Eleitoral (PLP 112/2021). O texto, da Câmara, está sendo discutido pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e teve o último relatório apresentado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI) em reunião no dia 28 de maio. O projeto pode ser votado na próxima semana.

O substitutivo apresentado pelo relator estipula que a inelegibilidade prevista na lei não ultrapassará oito anos, contados da decisão que aplicou a sanção. Pela lei atual, em diversos casos, o prazo é contado a partir do final do cumprimento da pena — para os que ficaram inelegíveis por alguma condenação penal — ou da legislatura ou do mandato.

Para o senador Eduardo Girão (Novo-CE), as mudanças pretendidas são uma tentativa de “desfigurar” a Lei da Ficha Limpa e são um “um golpe contra o desejo legítimo” da população de mais transparência e ética.

— Agora o presente de aniversário nos 15 anos é outra investida contra a lei. (...) A sociedade precisa acordar enquanto é tempo porque vem para praticamente aniquilar a lei da Ficha Limpa, afrouxando ali, afrouxando acolá — afirmou o senador à Agência Senado.

Alessandro Vieira concorda. Para ele, a lei vem passando por um processo de enfraquecimento que precisa ser combatido.

— Infelizmente a lei passa por um processo de redução de incidência, de enfraquecimento, que não vem de agora mas que tem talvez nas últimas duas propostas de alteração da legislação eleitoral seu principal ataque. A gente tem que enfrentar isso para que possa ter manutenção desse recurso tão importante para proteção do interesse público — argumentou.

O relator do projeto, senador Marcelo Castro, lembrou ter votado a favor da Lei da Ficha Limpa e disse que não há tentativa de desfigurar a lei, mas sim um esforço para sistematizar, uniformizar, corrigir incongruências e trazer mais transparência e mais regularidade às normas.

— Qual era o espírito da Lei da Ficha Limpa? Que a inelegibilidade se desse por oito anos. E nós estamos colocando aqui que nenhuma inelegibilidade será superior a oito anos. Esse que é o espírito. (...) Eu entendo que nós não estamos desfigurando a Lei da Ficha Limpa. Pelo contrário, estamos corrigindo alguns equívocos que existem hoje na para aperfeiçoá-la, para melhorá-la e para torná-la mais efetiva — disse o relator durante audiência pública na CCJ em abril.

Unificação de prazos
Outro projeto (PLP 192/2023), pronto para votação em Plenário, também busca impedir que as inelegibilidades se estendam por mais de 8 anos. O início do prazo depende do caso e pode ser a partir da decisão judicial que decretar a perda do mandato, da eleição na qual ocorreu prática abusiva, da condenação por órgão colegiado ou da renúncia ao cargo eletivo.

O projeto seria votado em março, mas foi retirado de pauta pelo relator, senador Weverton (PDT-MA), em busca de um entendimento para a votação, após críticas de senadores. O relator disse considerar a unificação dos prazos uma forma de evitar disparidades.

— Hoje, um senador que perca o mandato tendo cumprido apenas um ano fica inelegível por sete anos mais oito anos [após o fim do mandato], então vai para 15 anos; ao passo que, se um deputado perder o mandato após três anos, ele fica inelegível mais oito anos, vai aí para nove anos, o que é uma disparidade — exemplificou o senador ao explicar o projeto, em março.

O líder da oposição, senador Rogerio Marinho (PL-RN), e o líder do PL, senador Carlos Portinho (PL-RJ), se manifestaram a favor das mudanças. Para eles, não se trata de enfraquecer a lei, mas de reafirmar o que era sua real intenção, além de reduzir a subjetividade.

— Ninguém está reduzindo aqui prazo de punição da Lei da Ficha Limpa. Eu nunca defenderia redução de prazo da Lei da Ficha Limpa. Nós estamos é reafirmando que o prazo é de oito anos e nem mais um dia, porque assim quis o legislador, e não há de querer um Judiciário, um ministro do STF ou qualquer outro, muito menos podendo utilizar para perseguição política — disse Portinho durante a tentativa de votar o texto.

Para Paulo Paim, o maior desafio da Lei da Ficha Limpa, hoje, é resistir às tentativas de enfraquecimento.

— Desfigurar a Ficha Limpa é ignorar o esforço coletivo que a tornou realidade. Sou enfático: não há porque mexer na Lei da Ficha Limpa, se o objetivo for outro que não seja desmantelar as conquistas que ela trouxe. Nenhuma legislação é perfeita, mas desidratar essa não é o caminho. Temos que aprimorar, nunca retroceder. Sigo firme na sua defesa — defendeu o senador.

Agência Senado
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Duas semanas após ser condenada a 10 anos de prisão, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil para fixar residência na Europa.

Entrevistada pelo canal AuriVerde, no YouTube, na manhã desta terça-feira (3), a parlamentar evitou revelar em que país está, limitando-se a dizer que escolheu a Europa por já ter cidadania italiana e, por isso, não poder ser mandada de volta ao Brasil.

“Estou fora do Brasil já faz alguns dias. A princípio, vim em busca de um tratamento médico que eu já fazia aqui”, comentou Zambelli, garantindo que pedirá afastamento sem vencimentos do cargo, que, com sua ausência, será ocupado por seu suplente Coronel Tadeu (PL-SP).

A deputada reconheceu que sua recente condenação pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pesou em sua decisão.

“Eu poderia ir para a prisão, esperar [passar] um tempo e continuar no meu país. Me entregar para a Justiça. Mas que Justiça é essa que prende a Débora por 14 anos e que quer me prender por 15 anos?”, questionou, referindo-se à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, condenada pela Primeira Turma do STF por participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, durante os quais incorreu em cinco crimes - abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.

Carla Zambelli foi condenada, em 14 de maio, por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o auxílio do hacker Walter Delgatti, condenado a 8 anos e 3 meses de prisão no mesmo processo, e falsidade ideológica.

Com a decisão unânime da Primeira Turma, Zambelli também foi condenada à perda do mandato parlamentar após esgotados todos os recursos possíveis. Se a sentença for mantida, ela e Delgatti terão que pagar R$ 2 milhões em danos morais coletivos.

A deputada também responde a outro processo criminal no STF, no qual figura como ré por ter sacado uma arma de fogo em plena luz do dia e, junto com seguranças e assessores, ter perseguido o jornalista Luan Araújo. O episódio ocorreu às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, e foi citado pela parlamentar durante a live desta manhã.

“Minha vida se transformou em um inferno astral. Depois daquilo, minha vida virou de ponta cabeça”, comentou Zambelli ao avaliar que agiu corretamente na ocasião.

“Eu não estava errada. Posso ter errado em dar conversa a ele [Araújo] e tentar demonstrar que ele estava sendo machista, misógino. Qualquer mulher, na minha situação, ao ouvir o barulho de um tiro e temendo pela segurança do seu filho, teria feito o mesmo que fiz. Mas, com isso, conseguiram me isolar”, disse a deputada.

Ainda durante a entrevista, Zambelli disse que planeja fazer, na Europa, o mesmo que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se afastou do cargo e se mudou para os Estados Unidos com a justificativa de “denunciar a ditadura” que o Brasil, segundo eles, enfrenta.

No dia 26 de maio, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, abriu um inquérito para investigar Eduardo pelos crimes de coação e obstrução de investigação.

A investigação foi aberta a pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, para apurar a suposta atuação do parlamentar para incitar o governo dos Estados Unidos a adotar medidas contra Moraes.

“Gostaria de deixar bem claro que não é um abandono do país. Nem desistir da minha luta. Muito pelo contrário. É resistir. É poder continuar falando o que quero. Voltar a ser a Carla que eu era antes das amarras que esta ditadura nos impôs”, argumentou Zambelli, voltando a se dizer vítima de perseguição judicial.

“Tenho ficado calada, diante de uma pressão judicial que tenho sofrido, mas me cansei de ficar calada”, acrescentou a deputada, revelando, em diferentes momentos, a preocupação com suas redes sociais.

“Tomei todas as providências. Minhas redes sociais, a partir de agora, quem administra é minha mãe, que vai dar continuidade a este legado já que eu, provavelmente, as perderei. São mais de 10 milhões de pessoas conectadas comigo todos os dias. Peço que continuem seguindo minha mãe, pois vou continuar em contato com vocês, voltando a denunciar todos os desmandos que a gente observa neste país”.

Sem provas, Zambelli voltou a afirmar que as urnas eleitorais eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro não são confiáveis.

“Não dá para acreditar em pesquisas no nosso país. Elas são manipuladas. E não dá para acreditarmos em urnas eletrônicas, que não são confiáveis. Eu não podia falar esta frase estando no Brasil porque seria caçada e ainda mais perseguida. Aqui fora, eu posso falar que enquanto não houver um voto impresso e contagem pública [de votos], não teremos democracia no país”, afirmou a parlamentar, criticando, nominalmente, a diversos ministros do STF.

Agência Brasil
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Deputados de 11 parlamentos dos países do BRICS defenderam nesta terça-feira (3) o aprofundamento da cooperação e do comércio intrabloco como medida para enfrentar os desafios econômicos e construir maior resiliência global.

O comércio entre os países foi debatido no primeiro encontro realizado pelos representantes das comissões de Relações Exteriores dos países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Eles participam do 11º Fórum Parlamentar do bloco, que acontece em Brasília de hoje (3) a 5 de junho.

Na avaliação dos deputados, o bloco econômico deve ser usado como uma plataforma contra o protecionismo global. Em 2023, o BRICS respondeu por 33% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, totalizando, aproximadamente, 60 trilhões de dólares, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

“Os desafios que enfrentamos são complexos, mas as oportunidades são ainda maiores. Nossas economias são complementares, e nossos mercados são dinâmicos”, disse o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, deputado Filipe Barros (PL-PR).

Medidas
Barros propôs algumas medidas para fortalecer o comércio intrabloco, como a facilitação de vistos para empresários, a harmonização de normas técnicas e a simplificação de procedimentos alfandegários. O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), também defendeu ações nesse sentido, como o uso de moedas locais nas transações comerciais entre os países do bloco.

Vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Congresso Nacional do Povo da China, o deputado Wang Ke destacou o papel do BRICS no desenvolvimento de países emergentes. “O BRICS apoia uma globalização inclusiva, para servir ao desenvolvimento de todos os países”, disse.

Multilateralismo
Entre os parlamentares estrangeiros, o discurso foi de defesa do multilateralismo global. O deputado Supra Mahumapelo, presidente da Comissão de Relações Internacionais e Cooperação da Assembleia Nacional da África do Sul, afirmou que a cooperação entre os países do BRICS não só promove oportunidades de desenvolvimento, como reforça o compromisso com o multilateralismo.

O deputado Ali Al Nuaimi, chefe da divisão parlamentar dos Emirados Árabes Unidos, defendeu a “construção de pontes” entre os países do BRICS. Segundo ele, isso é uma necessidade para os integrantes do grupo. “A ordem mundial depois da Segunda Guerra não existe mais, e isso tem um impacto nos investimentos, no comércio, na economia como um todo”, comentou.

Este é o segundo encontro realizado entre os representantes das comissões de Relações Exteriores dos países do BRICS. O primeiro ocorreu no ano passado, em São Petersburgo (Rússia). Os eventos integram a iniciativa dos países de reforçar o diálogo parlamentar entre as 11 nações do bloco.

Agência Câmara
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Um homem de 38 anos, identificado com Welviton Ferreira da Silva, foi morto a tiros enquanto trabalhava. O caso aconteceu no bairro José Américo, em João Pessoa, na manhã desta terça-feira (3).

Segundo a delegada Josenise Andrade, a vítima, que trabalhava como gari, estava fazendo o serviço de coleta de lixo, quando foi abordado e atingido por seis tiros.

Os colegas de trabalho que estavam com ele no momento não foram localizados pela polícia para serem ouvidos, e o caminhão que fazia a coleta ficou estacionado na rua com a chave na ignição.

A delegada informou também que, até o momento, nenhum suspeito foi identificado ou preso. As testemunhas do crime serão ouvidas.

g1 PB
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Um homem foi preso suspeito de tentativa de feminicídio, na manhã desta terça-feira (4). A prisão foi feita no bairro Costa e Silva, em João Pessoa.

De acordo com a Polícia Civil, o homem foi preso após uma denúncia de que ele teria tentado matar uma mulher a tiros. A vítima não foi atingida.

Com o suspeito, a Polícia Civil apreendeu drogas, uma balança e um rádio de comunicação. Ele foi encaminhado para a Central de Polícia.

g1 PB
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Um homem de 70 anos foi morto a tiros dentro de casa, na zona rural de Lucena, no Litoral Norte da Paraíba. A vítima foi identificada como José Luiz da Silva.

De acordo com informações da Polícia Militar, à TV Cabo Branco, o idoso estava em casa com a esposa e uma sobrinha, quando suspeitos armados invadiram a residência, foram até o quarto onde ele dormia e atiraram três vezes.

A vítima morreu no local. Até a última atualização desta notícia nenhum suspeito tinha sido identificado ou preso.

g1 PB
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